terça-feira, dezembro 04, 2007
passou Novembro
Não é tanto pelo meu aniversário, é porque é o mês do fim (como escrevi já noutro ano), o mês que aponta para o reino.
Este ano, novembro passou a correr.
Mas mesmo assim tive uma série de surpresas, de momentos amelie e de desafios para crescer.
Só consigo dar graças.
:)
viva o Rei-Menino!
segunda-feira, novembro 19, 2007
banda sonora?
It’s so much better
When everyone is in
Are you in?
Are You In (Incubus)
a
Incompatible, it don't matter though
'cos someone's bound to hear my cry
Speak out if you do
you're not easy to find
Is it possible Mr. Loveable
is already in my life?
right in front of me
or maybe you're in disguise
Who doesn't long for someone to hold
who knows how to love you without being told
somebody tell me why I'm on my own
if there's a soulmate for everyone
(...)
Soulmate Lyrics (Natasha Bedingfield)
:)
terça-feira, outubro 23, 2007
sexta-feira, outubro 19, 2007
that's it
Santo Inácio de Loyola (1491-1556), fundador dos Jesuítas Carta de 17/11/1555
«Não receeis»
Parece-me que deveríeis decidir-vos a fazer calmamente o que podeis. Não vos inquieteis com tudo o resto, mas deixai nas mãos da divina Providência o que não podeis cumprir por vós mesmos. São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com razoabilidade, pomos nas tarefas que nos cumprem, para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira. Não lhe são agradáveis a ansiedade e a inquietação do espírito: o Senhor quer que os nossos limites e fraquezas encontrem apoio na sua fortaleza e omnipotência, quer que tenhamos confiança em que a sua bondade suprirá à imperfeição dos nossos meios. Os que se ocupam com muitos assuntos, mesmo se com boas intenções o fazem, devem resolver-se a fazer apenas o que está ao seu alcance. Se tivermos de deixar de lado certas coisas, há que ter paciência, e não pensar que Deus espera de nós o que não podemos fazer. Ele não quer que o homem se atormente com as próprias limitações humanas; não é preciso cansarmo-nos excessivamente. Quando de facto nos esforçámos por dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos d’Aquele que tem o poder de realizar tudo o que quer. Que a bondade divina nos comunique sempre a luz da sabedoria, para que possamos ver com clareza e realizar os seus bons desejos com profunda convicção, em nós e nos outros […], para que das suas mãos aceitemos o que nos envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade.
in www.evangelhoquotidiano.org
bom dia!
...respirar fundo...
quarta-feira, setembro 19, 2007
post-silly season
(qual o título de anticorpos à silly season de agosto?)
domingo passado, um casamento bonito de um grande amigo
- estou nos 3 casamentos de setembro...
segunda, "curar" uma relação doentia (agora só falta 1)
- contente e decidida e independente e sempre feminina
depois fazer contas à vida com as 3 turmas que afinal são 6
- ao todo, deixo de almoçar a horas decentes 4 dias por semana o que se avizinha saudável
hoje, uma apresentação, uma proposta de estudo, uma ajuda familiar, 2ª tentativa de compras
- e ver um sapo, um feio sapo, com um guardanapo
e vão assim os meus dias, surpreendida com o que me é dado
às vezes ingrata
o fim de agosto / princípio de setembro - das minhas alturas do ano preferidas - já lá vai
a vontade de estar com (interessante como o "quem" é relativo mas ao mesmo tempo tão sincero - chama-se amizade?) esclarece-se (tenho pena, caríssimo(s), tenho pena).
hoje reconstruo o que foi desconstruído ao longo de anos
e estou sozinha nisso
...
Se o Senhor não edificar a casa,
em vão trabalham os que a constroem.
Se o Senhor não guardar a cidade,
em vão vigiam as sentinelas.
É inútil levantar-vos antes da aurora
e trabalhar pela noite dentro,
para comer o pão dum trabalho duro,
porque Ele o dá aos seus amigos, até durante o sono.
Os filhos são uma benção do Senhor,
o fruto das entranhas, uma recompensa:
como flechas nas mãos de um guerreiro,
assim os filhos nascidos na juventude.
Feliz o homem que assim encheu a aljava:
não será confundido,
quando enfrentar os inimigos
às portas da cidade
...
rezo com tristeza o Salmo,
sorrio irónica à Misericórdia (para comigo?)
e penso na samaritana do poço
(afinal, são 2 as relações a curar)
domingo, agosto 12, 2007
o meu tesouro?
"onde estiver o teu tesouro, aí está o teu coração"
e onde está o meu tesouro?
talvez nos poucos amigos e na família de quem cuido tão mal
talvez no trabalho que me absorve
talvez uma parte ande à deriva à espera de um porto seguro
mas, secreto e bem meu mas também de tantos outros,
sei que a dada altura na vida
apareceu no meu coração um ânimo que me faz olhar o mundo com outros olhos
e responder inteira à Beleza
o meu tesouro é esse
Veni Sancti Spiritus, veni per Mariam
sexta-feira, agosto 10, 2007
Santa Maria
um velho que cobre de beijos a sua velha
sentada numa cadeira de rodas
"vai tudo correr bem"
fez-me lembrar o amor bonito dos meus avós Januário e Celeste
e dos meus avós emprestados Carona e Cabrilha
naqueles momentos em que vi os meus avôs chorarem a doença das suas mulheres
... na saúde e na doença ... até que a morte nos separe
e segui sozinha, observada pelo céu
segunda-feira, agosto 06, 2007
Transfiguração
e fico triste com a minha não escolha
sem a pureza de coração de joão
sem a firmeza de carácter de tiago
sem o movimento entusiasta de pedro
fico cá em baixo à espera que chegues perto
na curiosidade de saber o que lhes contaste desta vez
na esperança da Misericórdia que me transfigure à Tua Vontade
sábado, agosto 04, 2007
Esperança
La Foi ça ne m'étonne pas.
Ca n'est pas étonnant.
J'éclate tellement
dans ma création (...)
Que pour ne pas me voir vraiment il faudrait que ces
pauvres gens fussent aveugles. (...)
La charité, dit Dieu, ça ne
m'étonne pas.
Ca n'est pas étonnant.
Ces pauvres créatures sont si
malheureuses qu'à moins d'avoir un coeur de
pierre, comment n'auraient-elles
point charité les unes des autres ? (...)
Ce qui m'étonne, dit
Dieu, c'est l'Espérance.
Et je n'en reviens pas.
Cette petite Espérance
qui n'a l'air de rien du tout.
Cette petite fille Espérance.
Immortelle.
(...)
in Péguy C. Le Porche du mystère de la deuxième vertu
quarta-feira, agosto 01, 2007
Muda de Vida (ontem)
De que vale ao homem ganhar o mundo, se com isso perder a alma?
cf. Mateus 16, 26, Marcos 8, 36 e Lucas 9,25-27
foram 3 anos de trabalho mais ou menos continuado em santa catarina
hoje comecei novo projecto em santa maria
dou graças por tudo o que Ele me deu até agora ...
e confio-Lhe esta expectativa cá dentro! :)
que tudo seja para maior glória de Deus
(como diria Santo Inácio de Loyola, que a Igreja lembrou ontem)
sexta-feira, julho 27, 2007
Tu e eu
Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e oito anos. Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo assim, disse-lhe:«Queres ficar são?» Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda.» E, no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou na enxerga e começou a andar. Ora, aquele dia era de sábado.
Jo 5, 5-9... espanta-me a Tua Palavra Viva
quarta-feira, julho 25, 2007
momento amelie do dia
4 "gandulos" em estilo FF ou coisa do género atiram-se para a porta ainda não aberta
risos pelo feito de entrarem primeiro
conversas de gajas, gajas boas, giras
asneira para lá e para cá
bater no vidro nos restauradores para chamar a atenção de uma mulher fora
eh lá, se tivesse umas m**** daquelas em cima...
risos
risos parvos
sai um deles, ficam 3
mulher brasileira velha baiana à minha frente, quase 2 bancos
senhora
ó senhora com a criança ao colo
senhora
ai esta gente que não se preocupa
está ali um lugar
venha sentar-se
mãe jovem e bonita com criança de ano e meio ao colo vem sentar-se ao pé dos 3
menina linda linda e toda bem disposta
estica o dedo para um dos moços
que se derrete e toca-lhe
dedo indicador grande com ponta do dedo indicador pequeno
míuda finge timidez e esconde a cara de encontro à mãe
e volta à brincadeira
acabam as conversas parvas
começam a mostrar as fotos no telemóvel dos primos e manos
derretidos! :)
olho em frente e vejo a mulher a quem tinham tocado no vidro
decote pronunciado, maquilhagem carregada para a hora de ponta
ar derretido a olhar a criança derretida com as crianças grandes
e compreendo-a
domingo, julho 22, 2007
confusão de marias
Evangelho de hoje
Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra. Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.» O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»
Lc 10, 38-42
22 Julho, a Igreja lembra Sta Maria Madalena
Maria Madalena é uma personagem feminina do Novo Testamento. Provavelmente natural de Magdala (daí o nome Madalena), foi uma das "piedosas mulheres" que acompanhavam Jesus, que a havia libertado de sete demônios. Assistiu à crucifixão e à deposição de Cristo e foi testemunha da Ressurreição do Mestre. Tradicionalmente é identificada com a anónima "pecadora arrependida" de que fala Lucas, aquela que perfumou os pés de Jesus, banhou-os com suas lágrimas e enxugou-os com os próprios cabelos; a sua figura representa, para a cristandade, o símbolo da penitente. A Igreja romana, seguindo são Gregório Magno, além de a identificar com a "pecadora", também a confunde frequentemente com Maria de Betânia, irmã de Lázaro, e celebra as três Marias com uma única festa. A Igreja grega, ao contrário, seguindo Orígenes, distingue as três figuras, celebrando três festas diferentes.
in http://evangelhoquotidiano.org
na confusão de marias encontro-me
sábado, julho 21, 2007
José Régio
- sem ser contigo mas contigo na mesma
- respirar fundo
- encontrar no miradouro
- subir 7 pisos
- proteger os outros e proteger-me
- tudo vai correr bem
- descer 7 pisos
- sondar cinema
- escolher outro filme (paris, je t'aime)
- conversa magnetic e a sensação de normalidade
- ouvir e calar
- querer calar cá dentro
- dar graças
- morder-me cá dentro
- continuar a tradição
- lembrar e não querer voltar
- contextualizar
- confrontar-me
- esperar
és um pouco "regiana"... e se não és, gostavas de o ser
Cântico negro
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
terça-feira, julho 17, 2007
taxi
"a menina importa-se com a música? é que eu gosto de servir bem (santa maria). parece que temos um novo presidente. eu cá gosto da mudança, nem que seja para depois voltarmos atrás se tivermos hipótese (saldanha). ora ora, estas não são horas para isto [para recolher o lixo]. sabe, tenho para mim que os países mais ricos são os mais infelizes (marquês) estive lá fora, era motorista de um embaixador, e nunca vi país como a Suécia! Aquilo é que era gente triste. De vez em quando lá se ouvia dizer «este matou-se!»... e se uma pessoa se mata não é por andar feliz! (ao pé do rato) No Brasil é que era gente bem disposta! encontravamos um fulano a dormir de baixo da ponte e ele dizia «está tudo bem, graças a Deus, amanhã há-de ser melhor!» (principe real) cá em Portugal temos sol mas parece que nunca estamos bem, estamos sempre a resmungar com o mau feitio do vizinho... mas depois vamos ao funeral dele! vamos por aqui que é capaz de ser melhor, não? (descer a rua do século) Pois é, é preciso andarmos bem-dispostos! se eu me aborreço com a minha mulher, as outras pessoas não têm culpa! (esperar ao pé da tom-tom) uma pessoa tem de aprender a dar a volta! e pronto (sta catarina), desculpe se a macei!"
nada disso, continue assim
domingo, julho 08, 2007
72
ESTRANHO DIA-A-DIA
Resiliência
06 07 2007 in http://www.destak.pt/
Existe uma pseudo-assepsia nas teorias da educação. Não se pode bater nos meninos, nada de ralhar ou, mesmo, contrariá-los. Podem ficar traumatizados.
Esta teoria é contestada pela observação de que a vida é traumática: não consta que as crianças nasçam a rir ou com um ar de satisfação. O que importa não é o trauma, mas o modo como cada um o supera e aprende com ele.
De facto, não são os filhos da teoria atraumática que farão história. Pelo contrário, a história está cheia de grandes personagens que passaram uma infância difícil: pais alcoólicos ou ausentes, maus tratos e mau viver. A tudo resistiram e com as desgraças fizeram a sua grandeza.
Um dos exemplos é Charlie Chaplin. Criado numa família desfeita, teve de trabalhar aos 5 anos, aos 9 anos perdeu o pai, e viu a mãe internada num sanatório, passando, depois, por orfanatos e ambientes pouco recomendáveis, onde construiu as principais ideias para os seus filmes. Esta capacidade de superar as adversidades chama-se resiliência.
Os psicólogos têm estudado os factores relacionados com a resiliência. Saber adiar as recompensas, assumir responsabilidades sem culpar os outros pelas suas desgraças, desarmar os outros com o humor e a criatividade, manter a iniciativa, são factores importantes, ilustrados exaustivamente nos filmes de Chaplin.
Mas um outro factor, menos visível, é constante nas pessoas resilientes: algures, seja lá onde for, há sempre alguém que acredita incondicionalmente nelas.
J.L. Pio Abreu
domingo, junho 24, 2007
nova Igreja
Seja proclamada sempre nesta casa a palavra de Deus
que nos revele o mistério de Cristo
e realize a vossa salvação na Igreja.
finalmente hoje tivemos a Dedicação da Igreja Beato João Baptista Scalabrini, a Nova Igreja na Amora. foi uma "super-enchente de pessoas que transbordaram da igreja" (palavras de D. Gilberto)!
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O
experimentar: "Mestre, que hei-de fazer para receber como herança a vida eterna?"
Jesus disse-lhe: "Que está escrito na lei? Como o lês tu?"
Ele respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo".
viver numa casa tão diferente obriga ao treino da atenção:
dou graças a Deus por aqueles que, com o seu acolhimento bem-disposto, ajudam-me a abrir o coração ao próximo no meio das minhas implosões (exageradas).
Suba até Vós, Senhor, a nossa oração como incenso na vossa presença; e, assim como esta Casa se enche de suave perfume, assim a vossa Igreja exale o bom odor de Cristo.
confesso que nunca me tinha debruçado sobre este beato mas, nesta preparação/oração, fiquei surpreendida com a grandeza do seu coração, com o amor à Eucaristia que se reflectiu no amor actuante ao próximo que sofre ao sair do seu país: sem impasses, da oração à acção!
quinta-feira, junho 21, 2007
hipérbole
do Lat. hyperbole < Gr. hyperbolé, excesso
s. f.,
figura de estilo que consiste em engrandecer ou diminuir exageradamente a verdade das coisas;
Geom.,
curva em que é constante a diferença das distâncias de cada um dos seus pontos a dois pontos fixos chamados focos. in http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx
Em matemática, uma hipérbole é um tipo de secção cônica definida como a intersecção entre uma superfície cônica circular regular e um plano que passa através das duas metades do cone. in http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%A9rbole
hipérbole
- adjectivo de Barcelona: exagero de cor e de vida, fervilhar de gente, ambiente "arejado"
- adjectivo de Gaudí: casas alteradas ao sabor de sonhos de júlio verne, ideias geniais de resolver uma fachada direita (monótona) e tornar uma casa vestível conforme o gosto dos seus donos, um parque a oferecer sempre um detalhe diferente cada vez que se passeia por lá... o "simples" Templo expiatório da Sagrada Família que na simplicidade da pedra é um exagero (belo) de olhar para o alto... como em todas as principais obras deste arquitecto genial, orientadas para Ele.
- encontro a 2 planos planeado desde sempre: um hiperbolóide de revolução! (como a figura acima, tirada daqui)
e, em silêncio, ias sabendo tudo o que ia cá dentro, o turbilhão de direcções confusas contrárias às linhas orientadas - mesmo se curvas - que me rodeavam...
espanto-me sempre quando Te encontro ao meu lado
segunda-feira, junho 18, 2007
à espera de ternura...
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
é um livro escrito para a criança que vai crescer e um dia terá sido criança:
- foi escrito para o filho de jorge amado quando nasceu e só foi lido por ele muitos anos mais tarde
- tem um texto de criança mas a moral é para crescidos
- é belo e triste ao mesmo tempo (e há sempre a tendência de guardar as crianças de tristezas não é?)
Desejo dizer que há gente que não acredita em amor à primeira vista. Outros, pelo contrário, além de acreditar afirmam que este é o único amor verdadeiro. Uns e outros têm razão. É que o amor está no coração das criaturas, adormecido, e um dia qualquer ele desperta, com a chegada da primavera ou mesmo no rigor do inverno. (...)
De repente, o amor desperta de seu sono à inesperada visão de um outro ser. mesmo se já o conhecemos, é como se o víssemos pela primeira vez e por isso se diz que foi amor à primeira vista.
pensar duas vezes antes de ir buscar um livro para crianças à biblioteca
domingo, junho 03, 2007
para não me esquecer do que escrevi (3)
“Pai santo, Tu que a mim Te deste, guarda-os em Ti, para serem um só, como Nós somos!”
(Jo 17, 11b)
A oração sacerdotal de Jesus é a oração feita no decorrer da Ceia Pascal, de louvor e súplica ao Pai. Ao pronunciá-la na presença dos discípulos (depois de lhes perguntar se acreditam), Jesus pede-lhes indirectamente a docilidade à vontade do Pai que é também a Sua: ser um em Cristo, como Cristo é Um com o Pai e o Espírito Santo – três Pessoas distintas, na unidade de uma só natureza.
Procurada
Longe, quando andava longe
À minha volta tudo era perto
Tudo anónimo e pesado e frio
Longe de ter respirar confiante
Livre
Longe, quando fugia longe
Gente parecia cruel, outros
Gestos sem gestos de amor
Ninguém importava o desejar
Verdade
Longe, quando olhei-me longe
Em deserto de mim e de medos
Reconhecer-me errada, querer
A mudança de vida, novo rumo
Esperança
Longe, quando regressei de longe
Encontrei-Te na Casa fraterna
Porta aberta que à porta espera
O regresso meu, como filha
Amada
Perto, finalmente aceito-Te perto
Olho-Te a meu lado todo o tempo
Trabalhando-me na comunhão a Ti
Sem factura, transbordante de Graça
Fiel
... e a festa principiou. (cf. Lc 15, 24)
terça-feira, maio 22, 2007
para não me esquecer do que escrevi (2)
Hoje, o Espírito Santo, que nos revestiu de homem novo pelo sacramento do Baptismo, lança-nos sem cessar na renovação (conversão e missão), inovação e criatividade. Anima a nossa esperança para não regressarmos ao homem velho. Chama a nossa atenção para quem nos rodeia, descentrando o nosso olhar dos nossos medos e egoísmos. E se faz esta história com cada um de nós, fá-lo também com a Igreja, Corpo Místico de Jesus, revestido do Amor do Pai. É o Espírito Santo, diz o Concílio Vaticano II, “que move a Igreja a abrir caminhos novos para se colocar à cabeça do mundo moderno”.
2007
domingo, maio 20, 2007
Dia em grande
Senhor, Tu és Palavra
A Palavra pairou sobre o abismo das trevas
Gritou: "Faça-se a luz e separem-se as águas"
A Palavra soprou e do pó nasce o Homem
P'ra reinar sobre todos os seres da Terra
Palavra criadora
Princípio da História
Que um dia habitará entre nós!
Senhor, Tu és Palavra
Tu és Palavra viva
Que um dia habitará entre nós!
A Palavra abriu ao povo o caminho
Conduziu-o nas noites de dor no deserto
A Palavra apontava a terra prometida
Foi maná, leite e mel do povo faminto
Palavra que liberta
E fonte de esperança
Que um dia habitará entre nós!
Senhor, Tu és Palavra
Tu és Palavra viva
Que um dia habitará entre nós!
A Palavra tocou o seio de Maria:
Finalmente encarnado o Verbo de Deus
O Messias: o corpo e o templo esperados
Que o pecado, a morte e a dor venceria
Em Cristo, a Palavra
É Verbo que encarnou
E veio habitar entre nós!
Senhor, Tu és Palavra
Tu és Palavra viva
Que veio habitar entre nós!
Elisabete Pereira
depois de uma semana de humilhações, de trabalho e de estudo, ontem foi sábado em grande!
um comentário a uma apresentação sobre Questões Éticas nos Estudos Epidemiológicos, do Professor Martins e Silva, presidente da Comissão de Ética da FMUL, que correu bem (apesar de preparado na véspera)
a participação no Festival da Canção Jovem Cristã onde a amora ganhou, com tão poucos ensaios e com uma "diz que é uma espécie de banda"
... e ao chegar o fim do dia só conseguia pensar: quando Deus quer, Deus faz!
sexta-feira, maio 11, 2007
Páscoa, centro da fé (1)
O mistério da fé tem dois momentos de anúncio. Cristo morreu por nós e ressuscitou por nós. Experimentou a morte por nosso amor, mostrou-nos o caminho da obediência filial no sofrimento e que esse caminho não termina no absurdo mas na Vida e Vida em abundância. Esse caminho de confiança no Pai deu-nos um sentido para o sofrimento e ensinou-nos a não ter medo da morte mas do pecado. Como nos diz Catecismo, mencionando a Lumen Gentium, “É para isso que nós somos introduzidos nos mistérios da sua vida […], associados aos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, unidos à sua paixão para ser unidos à sua glória” (cf. CIC 793).
Se “só no mistério do Verbo Encarnado se explica o mistério do homem”, só a ressurreição do Verbo “mostra o verdadeiro caminho que leva o homem à sua perfeição” e dá-nos razões para a nossa esperança. O Cordeiro de Deus tira o pecado do mundo e dá-nos a paz. Justificados por Cristo, somos chamados a ser o “homem novo”, a revestirmo-nos de Cristo.
E assim, por Cristo e em Cristo, esclarece-se o enigma da dor e da morte, o qual, fora do Seu Evangelho, nos esmaga. Cristo ressuscitou, destruindo a morte com a própria morte, e deu-nos a vida, para que, tornados filhos no Filho, exclamemos no Espírito: Abba, Pai. (GS 22)
... para não me esquecer do que escrevi...
domingo, maio 06, 2007
frases fotográficas
Henri Cartier-Bresson
quinta-feira, maio 03, 2007
a que faltou
Sprout and the Bean
Joanna Newsom
I slept all day
I woke with distaste
And I railed
And I raved
That the difference between
The sprout and the bean
It is a golden ring
It is a twisted string
And you can ask the counsellor
You can ask the king
And they'll say the same thing
And it's a funny thing
Should we go outside
Should we go outside
Should we break some bread
Are y'interested
And as I said
I slept as though dead
Dreaming seamless dreams
Of lead
When you go away
I am big-boned and fey
In the dust of the day
And in the dirt of the day
And the danger, danger drawing near them was a white coat
And the danger, danger drawing near them was a broad boat
And the water, water running clear beneath a white throat
And the hollow chatter of the talking of the tadpoles
Who know th'outside
Should we go outside
Should we break some bread
Are y'interested
sexta-feira, abril 27, 2007
Ando com ele debaixo do braço (2)
Os fundamentos lógicos da ciência, os fundamentos da própria lógica, que se tinha pensado serem eternos, vêem-se de repente fortemente abalados. Einstein apresenta uma surpreendente teoria da relatividade que invalida certos princípios da ciência clássica, e em particular a distinção espaço-tempo. Freud, inventando a psicanálise, destrói a psicologia superficial e racional em que tudo tendia a ser branco ou preto. (...) a química torna-se não lavoisieriana, a mecânica não newtoniana, a geometria não euclediana, a lógica não aristotélica. E a epistemologia não cartesiana. (...) Na realidade, apesar da esperança que um regresso à religião podia oferecer a alguns*, jovens chefes de fila como Malraux, Aragon ou Sartre mostram-se convictos de que "Deus morreu". (...)
Desorientados e angustiados, estes jovens intelectuais viram-se para aqueles que sentiram uma perturbação idêntica à sua, em particular Nietzsche, Kierkegaard e Dostoievski (poderíamos mencionar também Kafka, mas este só conhece grande popularidade após a guerra). (...)
Este sentimento ["trágico da vida"] impregna não só as filosofias existencialista e camusiana mas também este Teatro da Irisão que, em certos aspectos, constitui um prolongamento delas.
in Emmanuel Jacquart. O teatro da irrisão: temas, atitudes, composição. Cadernos CTA 6
a vertigem do início do século XX fascina-me! a capacidade de questionar tudo, uma quase reinvenção e recolocação do homem na criação... e depois tantos que só encontram a agonia da apenas existência, sozinhos, sem encontrarem explicação de si no Verbo... como malabarismos da razão sem a rede da fé... a partir destes, tantos errantes.
* nota minha: por exemplo, Paul Claudel.
quinta-feira, abril 26, 2007
o risco
25 de abril, fim da ditadura fascista em Portugal
25 de abril, dia de s. marcos
terça-feira, abril 24, 2007
momento amelie do dia
rezei vésperas ao lado da D. Josefa* que me pediu para ler com ela porque os olhos... e com esta luz... - e leio : ... porque estamos saturados de desprezo.
hoje depois de ser quase empurrada pela D. Josefa para fazer a leitura, inspiro e começo a ler o testemunho de vida de Estêvão, que escolheu a verdade.
escuto nem só de pão vive o homem mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus
e escuto também deixo-vos a Paz, dou-vos a minha Paz.
e confirmo que me ajudas a levantar e andar para a frente na confiança. Obrigada!
*a D. Josefa só fez as pazes com o seu nome quando percebeu que tinha como patrono S. José, gosta mais do seu nome em francês ou inglês Joseph porque é mais próximo de José - sabia os salmos quase de cor e o Magnificat certinho, mora a um minuto da sua igreja e sempre morou perto de Igrejas mesmo em angola, é catequista e da legião de maria, já tinha ido à missa mas como o padre queria acabar com este horário... e achou-me escuteira (????) pelos gestos. muito gosto em conhecê-la "nada acontece por acaso"
Ando com ele debaixo do braço (1)
En Attendant Godot
é simplesmente "a história" de uma espera. Enquanto os seus protagonistas, Didi e Gogo, esperam Godot, têm que "matar o tempo" fazendo qualquer coisa, e essa "qualquer coisa" que fazem é o que estrutura a peça. (...) Se esperamos, é porque esperamos alguém, e se continuamos esperando é porque esse alguém nos prometeu algo suficientemente importante para que a nossa espera tenha sentido.
in Antonia Rodríguez Gago. Beckett. Vida e obra: "De um silêncio a outro". Cadernos 6 CTA
domingo, abril 22, 2007
Insistência confirmadora
Angel
sexta-feira, abril 20, 2007
p < 0,05
exemplo
Hipótese nula: uma variável segue uma distribuição Normal
então
se rejeito a hipótese nula, não há evidência estatística para a normalidade
terça-feira, abril 17, 2007
veio esta
A formiga no carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas àguas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
... estava sossegadita na estação de braço de prata à espera do comboio e vejo-me entre operários!
só faltou uma boina e um lenço vermelho!
:)
segunda-feira, abril 16, 2007
o vento sopra onde quer
porquê eu, porque não eu
não vou ser elevadíssima e dizer que nunca me incomodam as vidas resolvidas dos outros
(sim, caríssimos, inveja e da feia!)
que o novelo da minha vida é uma coisa ligeira e indiferente
"a vida até corre bem, não passo fome, tenho emprego
não me vou inquietar,
se estou triste é porque sou egoísta, se tenho inveja é porque sou egoísta,
se não tenho uma coisa é porque não estou preparada,
se quero mais agora é porque sou nova
se a felicidade aparente falhou é por minha culpa"
Não!
- padre, fiquei triste
- e então? tens motivo para ficares triste e desanimada!
não consigo
não sou perfeita e custa-me a mentira de dizer para mim mesma
num primeiro impulso que tudo concorre para o meu bem
não dá!
mas também sei que não sou assim
quando me olho ao espelho da verdade, cresce um desejo de ir para a frente
quase me bato de decisão!
o vento sopra onde quer?
pois que sopre!
... e que eu responda sempre mais intensamente!
sábado, abril 14, 2007
misericórdia divina
Daqui em Diante
... não posso dizer que tenha sido diferente porque os gestos e emoções - amores apressados, paixões trocadas rapidamente, homens cobertos de terra de vergonha, mulheres objecto (cabelo atado, sem liberdade de movimento) - já estavam no "amor ao canto do bar vestido de negro"...
Enough still not to know. Not to know what they say. Not to know what it is the words it says say. Says? Secretes. Say better worse secretes. What it is the words it secretes away. What the so-said void. The so-said dim. The so-said shades. The so-said seat and germ of all. Enough to know no knowing. No knowing what it is the words it secretes away. No saying. No saying what it is they somehow say.
in Worstward Ho
... mas desta vez houve segredos expostos publicamente, mulheres colocadas em pedestal que se atiravam aos braços de homens que as colocavam novamente em pedestal, primeira vez triste, segunda vez séria, terceira, quarta, n vezes a entrar no jogo de não pensar no pedestal a que se retoma sempre (ou não)....
The eyes. Time to try worsen. Somehow try worsen. Unclench. Say staring open. All white and pupil. Dim white. White? No. All pupil. Dim black holes. Unwavering gaping. Be they so said. With worsening words. From now so. Better than nothing so bettered for the worse.
in Worstward Ho
... desta vez houve olhares que não se desligavam....
Can't Take My Eyes Off You Lyrics » Frankie Valli
You're just too good to be true.Can't take my eyes off you.You'd be like Heaven to touch.I wanna hold you so much.At long last love has arrivedAnd I thank God I'm alive.You're just too good to be true.Can't take my eyes off you.Pardon the way that I stare.There's nothing else to compare.The sight of you leaves me weak.There are no words left to speak,But if you feel like I feel,Please let me know that it's real.You're just too good to be true.Can't take my eyes off you.I love you, baby,And if it's quite alright,I need you, baby,To warm a lonely night.I love you, baby.Trust in me when I say:Oh, pretty baby,Don't bring me down, I pray.Oh, pretty baby, now that I found you, stayAnd let me love you, baby.Let me love you.You're just too good to be true.Can't take my eyes off you.You'd be like Heaven to touch.I wanna hold you so much.At long last love has arrivedAnd I thank God I'm alive.You're just too good to be true.Can't take my eyes off you.I love you, baby,And if it's quite alright,I need you, baby,To warm a lonely night.I love you, baby.Trust in me when I say:Oh, pretty baby,Don't bring me down, I pray.Oh, pretty baby, now that I found you, stay..
...sim, desta vez....
Primeira produção de 2006 da Companhia Olga Roriz, com concepção e coreografia da própria Olga Roriz. «"Daqui em Diante" teve como fonte inspiradora a belíssima ficção Worstward Ho de Samuel Beckett que este ano comemora os 100 anos do seu nascimento. Do estudo dessa obra ficou-nos a procura de um lugar, de um espaço para estar, para dizer, se dizer. Momentos privados agarrados ao tempo. Partilhas individuais marcadas pela solidão e o vazio. Um humor subtil, a tristeza, a ternura e a cruel beleza da realidade será o traço de união nesse espaço colectivo onde se reescrevem as lembranças.» Olga Roriz
Daqui em Diante, Olga Roriz
a partir de Worstward Ho, de Beckett
... não era de estranhar a (des)coesão da união de dois disruptores. :)
(só faltou uma música de Philip Glass para completar o cenário)
quinta-feira, abril 12, 2007
Porque a política?
entre o folhetim de quase caça às bruxas Watergate Tuga...
é promulgada a lei
sem alarido
(vinha do porto num carro conduzido por uma grávida com uma barriga linda, quando oiço a notícia na rádio)
Se o PR fosse quem devia ser, teria sido mais firme no exercício do seu poder.
(obrigada pelo texto sereno e certo que leio aqui)
Se o PSD fosse o que dizem que devia ser, ter-se-ia afirmado pelo não.
Se o PS fosse o que deseja ser, não se teria afirmado.
no meio disto tudo, o cor-de-rosa convida-me...
eu, que sempre gostei de rosas vermelhas paixão.
será que ser católico permite ser transversal na política?
terça-feira, abril 10, 2007
madalena interseccionada
recorta em fundo frio-quente as torres e oiço gaivotas
despertar branco, claridade em mancha bate na parede
seca de calor excessivo e olhos surpresos por estarem
ali
olho a janela vazia da penumbra intoxicada de esperanças
à espera do fim da noite tristemente à espera
movo-me automaticamente em repulsa de tudo
saio à foz, por ruelas desligadas ao ver o rio e o mar e o sol
sorrio aos que me perguntam, respirar forçado
esqueço-me nas palavras que digo a quem está
perto empurro a atenção para fora de mim
mas hoje regresso na chuva depois da palavra que fala de ti
aceito escândalos, compreendo refracções
de luz e nuvens feitas bem por quem as fez
decido, assumo afectos pelo caminho e vou
por ali
se não aceitar não te deter
deixarei eu o túmulo vazio?
segunda-feira, abril 09, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
missa crismal
Primeiro o óleo da unção dos enfermos
que me fortalece na piedade (na filiação a Deus Pai)
Depois o óleo dos catecúmenos
que me reveste de Cristo
Depois o mais elaborado, aromático, o mais delicado
o óleo de crisma
que me confirma no Espírito Santo
O Espírito é a unidade que Deus dá a Si mesmo, na qual Ele Se dá a Si mesmo, na qual o Pai e o Filho Se dão a Si mesmos um ao outro
(...) O dom de Deus é o amor. Deus comunica-se no Espírito Santo, como amor.
(...) critério fundamental do amor, por assim dizer seu opus proprium e, portanto, o opus proprium do Espírito Santo, é que Ele realize um permanecer. O amor demonstra-se na constância.
(...)
Só um poder e um amor maior que todas as nossas próprias iniciativas podem edificar uma comunhão fecunda e segura, e dar-lhe a dinâmica da missão fecunda. A unidade da Igreja que é fundada sobre o amor do único Senhor, não destrói o que é próprio de cada comunidade singular, mas constrói-a e mantém-na, como verdadeira comunhão com o Senhor e umas com as outras. O amor de Cristo, que está presente, para todos os tempos, no sacramento do Seu Corpo, desperta o nosso amor, salva o nosso amor: a Eucaristia é o fundamento, tanto da comunhão, como da missão, dia a dia.in Ratzinger J, Caminhar Juntos na Fé
E no fim da missa crismal, perceber o coração rebentar de beleza (esta sensibilidade feminina... tramada!) com a procissão de saída... mesmo ao início, ver o olhar dos seminaristas que seguravam as velas (será que estou a segurar bem), ver, levada por um seminarista de cabeça baixa.. a cruz levantada ao alto.
... e quase chorar com a percepção da beleza do céu levada atabalhoadamente na terra.
Santa Páscoa!
domingo, abril 01, 2007
Ramos
Gauguin P., 1889
hoje AlguémAlfred Borden: You went half way around the world..you spent a fortune.. you did terrible things...really terrible things Robert, and all for nothing.
Robert Angier: For nothing?
Alfred Borden: Yeah
Robert Angier: You never understood, why we did this. The audience knows the truth: the world is simple. It's miserable, solid all the way through. But if you could fool them, even for a second, then you can make them wonder, and then you.. then you got to see something really special.. you really don't know?..it was..it was the look on their faces..
- compreendeu as nossas misérias e ofereceu-nos Misericórdia
- passou pela tentação dos nossos pedidos de magia e espectáculo (mentiras para nos distrairmos um segundo) mas, forte no amor do Pai, mostrou-nos a Verdade!
sexta-feira, março 30, 2007
O caminho para a verdade é a experiência
deixar que aconteça
mas
colocar-me a jeito, no meio da confusão de hoje
para ser cristão é preciso ser um génio, para descobrir no meio de todos os homens o Homem.. ser um génio, isto é, ter uma humanidade, uma sede, um desejo do nosso coração que faz reconhecer Quem nos sacia.
para reconhecer Jesus Cristo, é preciso que o homem seja verdadeiramente homem!
D. Julian CarrónLisboa 30Março2007
domingo, março 25, 2007
perspectiva expressionista
Kristus and the Woman Caught in Adultery (1918)
by Karl Schmidt-Rottluff
woodcut, 49.8 x 39.7 cm
(...) There is overwhelming tension between darkness and light; indeed, the light is only punctualbut intense. Schmidt-Rottluff's Jesus confronts people, overwhelming but not overpowering them.He is the beacon of salvation and transformation, touching people with his holy hand. (...) in
Christ and the Woman Taken in Adultery(1917)
by Max Beckmann
Oil on canvas 58 3/4 x 49 7/8 in.
This picture could almost be called "a drama of hands." The variety and expressiveness of these hands and their gestures are incredible. If one could see nothing but Jesus' right hand, one would know that here a poor soul is being received into the mild, deep space of divine protection. Christ's left hand, shaped like an elongated Gothic arch, defends the sinner, pushing back insults and menaces. These gently energetic, almost elegant hands are counterpointed by the passive, soft hands of the adulteress praying in quiet confidence. The mocking, cruelly aggressive forefinger of the clownish scoffer; the rude fists shaking furiously in the air on the left; the lancer's hands bent back by the impact of the crowd's hatred_this is an assembly of characters in the shape of hands. (...) in
segunda-feira, março 19, 2007
filho pródigo
quarta-feira, março 14, 2007
lido
(...)
I never saw sad men who looked
With such a wistful eye
Upon that little tent of blue
We prisoners called the sky,
And at every careless cloud that passed
In happy freedom by.
But their were those amongst us all
Who walked with downcast head,
And knew that, had each got his due,
They should have died instead:
He had but killed a thing that lived
Whilst they had killed the dead.
For he who sins a second time
Wakes a dead soul to pain,
And draws it from its spotted shroud,
And makes it bleed again,
And makes it bleed great gouts of blood
And makes it bleed in vain!
(...)
They think a murderer's heart would taint
Each simple seed they sow.
It is not true! God's kindly earth
Is kindlier than men know,
And the red rose would but blow more red,
The white rose whiter blow.
Out of his mouth a red, red rose!
Out of his heart a white!
For who can say by what strange way,
Christ brings his will to light,
Since the barren staff the pilgrim bore
Bloomed in the great Pope's sight?
But neither milk-white rose nor red
May bloom in prison air;
The shard, the pebble, and the flint,
Are what they give us there:
For flowers have been known to heal
A common man's despair.
So never will wine-red rose or white,
Petal by petal, fall
On that stretch of mud and sand that lies
By the hideous prison-wall,
To tell the men who tramp the yard
That God's Son died for all.
(...)
Oscar Wilde. The Ballad of Reading Gaol.
segunda-feira, março 12, 2007
segunda-feira, março 05, 2007
sábado, fevereiro 24, 2007
em quaresma
a ausência de gestos corajosos
a fraqueza dos actos consentidos
a vida dos momentos mal-amados
Perdoa o espaço que Te não demos
perdoa porque não nos libertámos
perdoa as correntes que pusemos
em Ti, Senhor, porque não ousámos
Contudo, faz-nos sentir
perdoar é esquecer a antiga guerra
e, partindo, recomeçar de novo
como o sol que sempre beija a terra.
domingo, fevereiro 18, 2007
terça-feira, fevereiro 13, 2007
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
terça-feira, janeiro 23, 2007
a woman of no importance
LADY STUTFIELD. The Ideal Man, then, in his relations to US.
LADY CAROLINE. He would probably be extremely realistic.
MRS. CAROLINE. The Ideal Man! Oh, the Ideal Man should talk to us as if we were goddesses, and treat us as if we were children. He should refuse all our serious requests, and gratify every one ofour whims. He should encourage us to have caprices, and forbid us to have missions. He should always say much more than he means, and always mean much more than he says.
LADY HUNSTANTON. But how could he do both, dear?
(...)
MRS. ALLONBY. If we ask him a question about anything, he should give us an answer all about ourselves. He should invariably praise us for whatever qualities he knows we haven't got. But he should be pitiless, quite pitiless, in reproaching us for the virtues that we have never dreamed of possessing. He should never believe that we know the use of useful things. That would be unforgiveable. But he should shower on us everything we don't want.
LADY CAROLINE. As far as I can see, he is to do nothing but paybills and compliments.
MRS. ALLONBY. He should persistently compromise us in public, and treat us with absolute respect when we are alone. And yet he should be always ready to have a perfectly terrible scene, whenever we want one, and to become miserable, absolutely miserable, at a
moment's notice, and to overwhelm us with just reproaches in less than twenty minutes, and to be positively violent at the end of half an hour, and to leave us for ever at a quarter to eight, when we have to go and dress for dinner. And when, after that, one has seen him for really the last time, and he has refused to take back the little things he has given one, and promised never to communicate with one again, or to write one any foolish letters, he should be perfectly broken-hearted, and telegraph to one all daylong, and send one little notes every half-hour by a private hansom, and dine quite alone at the club, so that every one should know how unhappy he was. And after a whole dreadful week, during which one has gone about everywhere with one's husband, just to show how absolutely lonely one was, he may be given a third last parting, in the evening, and then, if his conduct has been quite irreproachable, and one has behaved really badly to him, he should be allowed to admit that he has been entirely in the wrong, and when he has admitted that, it becomes a woman's duty to forgive, and one can do it all over again from the beginning, with variations.
LADY HUNSTANTON. How clever you are, my dear! You never mean a single word you say.
... diálogo delicioso, num livro pequeno mas grande
Oscar Wilde. A woman of no importance
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Muda de Vida
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens...
que ser assim?...
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
António Variações
grande dia! :)
sábado, janeiro 06, 2007
o homem e a máscara
Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram.Nós, os novos, só procuramos a originalidade
Ninguém deixa de fazer uma obra de arte intensa por falta de técnica,mas por falta de outra coisa chamada temperamento