quarta-feira, setembro 27, 2006

Outono, ao que parece


AUTUMN TREE WITH FUCHSIAS, 1909 AUTUMN TREE IN MOVEMENT, 1912
Egon Schiele (1890/1918)

Ser forte

Quando o projecto Biosfera foi construído, a terra numa bolha distante no Arizona, as árvores revelaram uma fraqueza inesperada. Todas as árvores na Biosfera pareciam moles e sem a força para se erguer de pé. Cresciam, mas eram demasiado fracas para ficarem direitas. Os cientistas estudaram o problema e encontraram a resposta. Nenhum vento. Faltava o vento dentro da bolha da Biosfera, por isso as árvores não tinham nada que as fizesse oscilar. Era a oscilação, a necessidade de contrariar uma força invisível mas palpável, que lhes dava a força para crescerem direitas, de pé e em direcção ao céu.

(via, via abarrigadeumarquitecto.blogspot.com)

segunda-feira, setembro 25, 2006

A mulher do leque

Embora viva uma paixão intensa, tento convencer as minhas amigas de que, ao contrário do que diz a música que enternece jovens envelhecidos e velhos que se julgam jovens, é possível ser feliz sozinho. Tive três anos de celibato em que me cruzei com dezenas de homens, dormi com muitos deles, mas nunca me senti verdadeiramente acompanhada. Eram os tipos errados, na hora errada. Perguntava-me o que não estaria bem, mas não havia nada que estivesse mal - a não ser a minha ansiedade por encontrar um par. É tão fácil perceber isto resumindo "o par" a esta comparação: temos uma peça em casa de que gostamos muito; um dia a peça parte-se e corremos o mundo a tentar comprar uma igual; nunca mais vamos encontrá-la, até ao dia em que desistimos dela. Pode passar um mês ou muitos anos: um dia vemos a tal peça à venda numa loja e lembramo-nos de que já quisemos uma assim. O que é que acontece? nada. Seguimos em frente e sorrimos perante o tempo que passou e a mudança que se operou em nós.
Com as pessoas de quem gostamos acontece isto. Tanta ansiedade acaba normalmente num olhar para trás com algum desprezo. Como dizia o meu namorado, quando um dia destes demos de caras com um meu "ex" (agora com mais 30 quilos): "Do que tu te livraste!" E eu sorri, pensando que na altura corri muitas montras à procura de uma "peça" igual.
As mulheres que estão sozinhas - quase todas - não querem estar sozinhas. O som do telemóvel, quando recebem uma mensagem, é mais importante do que a música. E quando o telemóvel toca, a expectativa desmorona-se no segundo em que percebem que é a amiga a perguntar se "está tudo bem". Não foi assim há tanto tempo que estive dos dois lados da barricada. Por isso, sorrio ao ver os meus "ex" como se fossem a peça disponível na loja e eu a ignorá-los quando passo na montra. Esta ideia de reunir os "ex" na montra de uma loja agrada-me. Tinha de ser um armazém...
Há alguns dias estive numa festa familiar onde reencontrei muita gente e algumas mulheres sem acompanhante. Nenhuma delas me pareceu deslocada - pelo contrário -, e apercebi-me até de que havia nelas um olhar apaziguador de fazer inveja a muitos casais. Uma delas, que tinha um leque, o que lhe dava um ar de pintura clássica com mistério no olhar, disse-me baixinho quando me despedi: "Não te esqueças desta imagem do leque." E saí da festa com a imagem na cabeça como se fosse a frase que o Bill Murray diz a Scarlett Johansson no final do 'Lost in Translation' e que todos adorávamos ter ouvido. A mulher do leque significa o quê? A feminilidade que se perdeu com os tempos? O calor que vem fora de época? Ou uma distracção da conversa da mesa que pouco ou nada lhe dizia? Fiquei sem resposta.
Na viagem que me levou ao destino depois da festa pensei na mulher do leque e como todas as outras que ali estavam sem marido ou namorado podiam ter um leque na mão. O leque parece que nos torna mais distintas, não é? Depois disto, ainda há quem pense que a Cidália é um homem? Bonito era ter visto os homens a levantarem-se das mesas para conversar com as mulheres que ali estavam sem companhia. Esta ideia de namoro, ou apenas de sedução, perdeu-se com os tempos. Como as mulheres do leque. Deixem-me voltar à canção e contradizê-la: é possível ser feliz sozinho. Às vezes basta um leque e um olhar cheio de histórias que o tempo já nos contou.
"Oh God, make me good, but not yet!"

texto na íntegra da coluna 'O Sexo e a Cidália', NS 22set2006

aos picos

acordar de manhã bem e terminar o dia com a vida voltada do avesso..
pensar "amanhã é outro dia"
dormir
voltar a acordar de manhã bem-disposta e esperar o que o dia vai trazer.. sem medo!

terça-feira, setembro 19, 2006

hey james!

esta semana

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor nosso Deus,
concedei que este sacramento celeste
nos santifique totalmente a alma e o corpo,
para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos
mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

domingo, setembro 10, 2006

surpresa

Numa tarde domingueira antes de atacar o trabalho, fui em busca de um grupo que ouvi no speakeasy em agosto, XL femme, um som que me agradou bastante, num jeito electrónico descontraído.

via sapo, lá percebi a ligação aos Donna Maria. et voilá, gosto muito. :)

fica o blog para me lembrar: http://www.donna-maria.blogspot.com/
e o de letras e músicas para ir ouvindo: http://www.donnamarialetras.blogspot.com/