domingo, outubro 08, 2006

3 pianos



"A experiência, para os três músicos e para todos quantos testemunharam a sua performance, foi de tal modo marcante, que a reedição do espectáculo se impunha de modo incontornável."

www.incubadoradartes.com

foi tão bom que só não me deixou entusiasmada porque as expectativas já eram altas.

venha o cd! :)

Fátima ou "Quem acredita nunca está só"

caminhar à noite
aceitar ser cuidada
estar disponível para conhecer o Outro nos outros

rezar, cafezar, brincar, conversar, dar-me

lutar contra o mal em mim
reconhecer as cedências
lutar novamente contra o mal em mim
reconhecer-me no passado e no longe
permitir a solidão e permitir o encontro

"ser como o pecador que nem ousa levantar o olhar ao céu" e arriscar-me na confiança da Misericórdia de Deus, com a Santa Teresinha, no caminho dos pequeninos

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos
peço-Vos perdão para os que não creêm, não adoram, não esperam e não Vos
amam

quarta-feira, setembro 27, 2006

Outono, ao que parece


AUTUMN TREE WITH FUCHSIAS, 1909 AUTUMN TREE IN MOVEMENT, 1912
Egon Schiele (1890/1918)

Ser forte

Quando o projecto Biosfera foi construído, a terra numa bolha distante no Arizona, as árvores revelaram uma fraqueza inesperada. Todas as árvores na Biosfera pareciam moles e sem a força para se erguer de pé. Cresciam, mas eram demasiado fracas para ficarem direitas. Os cientistas estudaram o problema e encontraram a resposta. Nenhum vento. Faltava o vento dentro da bolha da Biosfera, por isso as árvores não tinham nada que as fizesse oscilar. Era a oscilação, a necessidade de contrariar uma força invisível mas palpável, que lhes dava a força para crescerem direitas, de pé e em direcção ao céu.

(via, via abarrigadeumarquitecto.blogspot.com)

segunda-feira, setembro 25, 2006

A mulher do leque

Embora viva uma paixão intensa, tento convencer as minhas amigas de que, ao contrário do que diz a música que enternece jovens envelhecidos e velhos que se julgam jovens, é possível ser feliz sozinho. Tive três anos de celibato em que me cruzei com dezenas de homens, dormi com muitos deles, mas nunca me senti verdadeiramente acompanhada. Eram os tipos errados, na hora errada. Perguntava-me o que não estaria bem, mas não havia nada que estivesse mal - a não ser a minha ansiedade por encontrar um par. É tão fácil perceber isto resumindo "o par" a esta comparação: temos uma peça em casa de que gostamos muito; um dia a peça parte-se e corremos o mundo a tentar comprar uma igual; nunca mais vamos encontrá-la, até ao dia em que desistimos dela. Pode passar um mês ou muitos anos: um dia vemos a tal peça à venda numa loja e lembramo-nos de que já quisemos uma assim. O que é que acontece? nada. Seguimos em frente e sorrimos perante o tempo que passou e a mudança que se operou em nós.
Com as pessoas de quem gostamos acontece isto. Tanta ansiedade acaba normalmente num olhar para trás com algum desprezo. Como dizia o meu namorado, quando um dia destes demos de caras com um meu "ex" (agora com mais 30 quilos): "Do que tu te livraste!" E eu sorri, pensando que na altura corri muitas montras à procura de uma "peça" igual.
As mulheres que estão sozinhas - quase todas - não querem estar sozinhas. O som do telemóvel, quando recebem uma mensagem, é mais importante do que a música. E quando o telemóvel toca, a expectativa desmorona-se no segundo em que percebem que é a amiga a perguntar se "está tudo bem". Não foi assim há tanto tempo que estive dos dois lados da barricada. Por isso, sorrio ao ver os meus "ex" como se fossem a peça disponível na loja e eu a ignorá-los quando passo na montra. Esta ideia de reunir os "ex" na montra de uma loja agrada-me. Tinha de ser um armazém...
Há alguns dias estive numa festa familiar onde reencontrei muita gente e algumas mulheres sem acompanhante. Nenhuma delas me pareceu deslocada - pelo contrário -, e apercebi-me até de que havia nelas um olhar apaziguador de fazer inveja a muitos casais. Uma delas, que tinha um leque, o que lhe dava um ar de pintura clássica com mistério no olhar, disse-me baixinho quando me despedi: "Não te esqueças desta imagem do leque." E saí da festa com a imagem na cabeça como se fosse a frase que o Bill Murray diz a Scarlett Johansson no final do 'Lost in Translation' e que todos adorávamos ter ouvido. A mulher do leque significa o quê? A feminilidade que se perdeu com os tempos? O calor que vem fora de época? Ou uma distracção da conversa da mesa que pouco ou nada lhe dizia? Fiquei sem resposta.
Na viagem que me levou ao destino depois da festa pensei na mulher do leque e como todas as outras que ali estavam sem marido ou namorado podiam ter um leque na mão. O leque parece que nos torna mais distintas, não é? Depois disto, ainda há quem pense que a Cidália é um homem? Bonito era ter visto os homens a levantarem-se das mesas para conversar com as mulheres que ali estavam sem companhia. Esta ideia de namoro, ou apenas de sedução, perdeu-se com os tempos. Como as mulheres do leque. Deixem-me voltar à canção e contradizê-la: é possível ser feliz sozinho. Às vezes basta um leque e um olhar cheio de histórias que o tempo já nos contou.
"Oh God, make me good, but not yet!"

texto na íntegra da coluna 'O Sexo e a Cidália', NS 22set2006

aos picos

acordar de manhã bem e terminar o dia com a vida voltada do avesso..
pensar "amanhã é outro dia"
dormir
voltar a acordar de manhã bem-disposta e esperar o que o dia vai trazer.. sem medo!

terça-feira, setembro 19, 2006

hey james!

esta semana

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor nosso Deus,
concedei que este sacramento celeste
nos santifique totalmente a alma e o corpo,
para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos
mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

domingo, setembro 10, 2006

surpresa

Numa tarde domingueira antes de atacar o trabalho, fui em busca de um grupo que ouvi no speakeasy em agosto, XL femme, um som que me agradou bastante, num jeito electrónico descontraído.

via sapo, lá percebi a ligação aos Donna Maria. et voilá, gosto muito. :)

fica o blog para me lembrar: http://www.donna-maria.blogspot.com/
e o de letras e músicas para ir ouvindo: http://www.donnamarialetras.blogspot.com/

sexta-feira, agosto 18, 2006

Armazéns

Espreito na minha janela
as velhas que espreitam a rua
da janela delas

terça-feira, julho 18, 2006

Todos os que caem ou a importância do correio ascendente

http://jn.sapo.pt/2006/01/20/cultura/beckett.html


Ontem
no teatro de almada (velho)
depois do risco de não assistir, lá me sentei descalça num banco mesmo encostada à parede,
casa cheia " à pinha".

Todos os que caem, surpresa que me deixou boqueaberta (e não apenas literalmente), um texto mais acessível de Beckett, numa encenação que a mim, leiga, me pareceu muito bem conseguida.

Gostei!

ficam os apontamentos (sim, tirei notas..):

Mrs Rooney: (interpretada por Maria do Céu Guerra)
Um pouco de amor todos os dias
Um pouco de amor 2x ao dia
Um pouco de amor todos os dias durante 50 anos, 2x ao dia, como se não fosse amor..

(...) farta de mãos ao de leve poisadas em cima dos meus ombros (...)

Miss Feet (?):
na Igreja estou só com o Criador
(justificando-se da sua distração em relação aos que a rodeiam)


O Senhor ampara todos os que caem e ajuda a erguer todos aqueles que Ele determinou que se curvassem


ouviu-se o riso previsto dos actores e na sala um riso amargo e irónico, despropositado..
dei comigo a agradecer rezar este salmo, cuja tradução portuguesa é:


O Senhor ampara todos os que caem, e levanta os que estão abatidos.
fica um excerto de um texto de Chiara Lubich sobre este salmo:

(...) nem mesmo a consciência dos nossos erros nos pode fazer bloquear, porque Deus, sendo amor, nos levanta toda vez que caímos, como fazem o pai e a mãe com o seu filhinho. (...)

Salmos 145 (144), 14
Salmo de David.

1Eu te louvarei, meu Deus e meu rei! Quero cantar a força do Teu nome para sempre

segunda-feira, julho 17, 2006

Domingo

testemunhar..

- casamento : cuidar do amor exige delicadeza como cuidar da limpeza (do pó) de uma casa..
- ordem: quem a Deus tem não precisa de outras compensações..

que o Senhor se digne abençoar
que o Senhor se digne abençoar e santificar
que o Senhor se digne abençoar, santificar e consagrar os seus eleitos

testemunhar alegria? comunhão?
consentir em sentir
mostra-me Senhor, peço-te ainda outra vez..

sábado, julho 15, 2006

Teatro Azul


Um sítio anónimo, nem mais bonito nem mais feio que outras coisas que conhecemos, à espera de um qualquer acontecimento que, de algum modo, possa articular sentidos, instituindo um ponto de partida para uma organização urbana mais excitante, apreensível e nomeável.
Ao 'variado' programa de um teatro somámos, redundantemente, vários e movimentados acidentes plásticos que constróem no conjunto uma volumetria desejável. Um revestimento em mosaico cerâmico vitrificado, azul claro, "embrulha" obsessivamente todo o edifício de modo a "apertar" e "domar" através da cor, brilho e textura, todos os dispersos e diferentes momentos que um organismo com esta complexidade gera e apresenta. A unidade assim encontrada originou a designação que surgiu, então, quase naturalmente: o Teatro Azul.


A caixa de palco é equipada com uma teia, em toda a sua extensão e é servida por quatro ordens de varadins periféricos; a zona de representação apresenta, numa área de dois terços, "quarteladas" de ligação ao sub-palco, sendo o restante terço preenchido com uma plataforma elevatória também articulável com esse espaço enterrado.

O volume azul, então, recebendo a forma da cidade de onde vem e dando forma à cidade que vem.


Manuel Graça Dias, Teatro azul

Beckett


:) plano do festival de almada?

beckett, ainda em estudo..

Depois de "à espera de godot"

ACT I
A country road. A tree.Evening.
Estragon, sitting on a low mound, is trying to take off his boot. He pulls at it with both hands, panting.
He gives up, exhausted, rests, tries again.
As before.
Enter Vladimir.
ESTRAGON: (giving up again). Nothing to be done.
VLADIMIR: (advancing with short, stiff strides, legs wide apart). I'm beginning to come round to that opinion. All my life I've tried to put it from me, saying Vladimir, be reasonable, you haven't yet tried everything. And I resumed the struggle. (He broods, musing on the struggle. Turning to Estragon.) So there you are again.
ESTRAGON: Am I?
VLADIMIR: I'm glad to see you back. I thought you were gone forever.
ESTRAGON: Me too.
VLADIMIR: Together again at last! We'll have to celebrate this. But how? (He reflects.) Get up till I embrace you.
ESTRAGON: (irritably). Not now, not now.

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Depois de "dias felizes"

WINNIE:What is a hog, Willie, please!
WILLIE:Castrated male swine. (Happy expression appears on WINNIE'S face.) Reared for slaughter. (Happy expression increases)

What is a hog, Willie, please!Castrated male swine. (Happy expression appears on WINNIE'S face.) Reared for slaughter. (Happy expression increases)
Overjoyed by this scrap of communication and contact Winnie declares 'Oh this is a happy day! This will have been another happy day!

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espero entusiasmada "todos os que caem"

depois talvez explique o porquê da surpresa com beckett.

quinta-feira, julho 13, 2006

Na segunda

Segunda é aquele dia depois que prova a vivência do domingo.. se a correr, se longe do essencial, a segunda vem com o peso do trabalho e/ou com o peso de mim mesma.
que a solidão seja onde sou chamada hoje... compreendo mas nem sempre aceito.
que eu seja forte na solidão... não o sou e segunda perdi-me no deserto ainda mais..

houve um tempo em que na segunda teria sentido o meu coração sobressaltar..
esta segunda não foi o coração que sobressaltou, endurecido com medo de cair da corda bamba em que se sentia, de mergulhar na vergonha.

afinal, esta segunda foi como sexta.
hoje (incrível já é 5a), preparo uma vigília de recomeço
e obrigo-me a lembrar:

só no mistério do Verbo Encarnado se esclarece o mistério do Homem.

Vem, Senhor, visita a minha miséria com a tua misericórdia!
Faz com que conheça a Tua fidelidade.. e permaneça em Ti.

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Livro de Oseias 2,16-18.21-22.
É assim que a vou seduzir: ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração. Dar-lhe-ei então as suas vinhas e o vale de Acor será como porta de esperança. Aí, ela responderá como no tempo da sua juventude, como nos dias em que subiu da terra do Egipto. Naquele dia oráculo do SENHOR ela me chamará: «Meu marido» e nunca mais: «Meu Baal.» Então, te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com amor e misericórdia.
Desposar-te-ei com fidelidade, e tu conhecerás o SENHOR.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006




(Que a luz às vezes só pode nascer da fragilidade. Encarada de frente, com honestidade.)

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Banda sonora



A Casa
Rodrigo Leao & Adriana Calcanhoto

Sentir de novo
aquela dor
a pouco a pouco respirar
aquele amor que foi
vivido e esquecido
em segredo

como ninguém

Perdoar
como perdoar
há tanto tempo que eu queria mudar
queria voltar
Acordar
deixar o dia passar devagar
assim ficar

Sentir de novo
aquele amor
a pouco a pouco consolar
aquela dor que foi sentida e sofrida
em silêncio

Chegar de novo
sentir o amor
voltar a casa sem pensar
deixar a luz entrar
esquecer aquela mágoa
sem ter medo

como ninguém

Encontrar
poder encontrar
todas as coisas que eu não soube dar
saber amar
Perdoar
saber perdoar
há tanto tempo que eu queria mudar
queria voltar
Aceitar
deixar que o tempo te faça voltar
saber esperar



em Alma matter, Rodrigo Leão.. belo!

para ajudar a esquecer a casa de sonho.. :)

domingo, janeiro 15, 2006

Hoje é domingo

Foto de detalhe da porta de igreja românica em S. Pedro das Águias...
... a lembrar o verão e uma primeira experiência de acampamento

«Eis o Cordeiro de Deus!»
Ouvindo-o falar desta maneira, os dois discípulos seguiram Jesus. Jesus voltou-se e, notando que eles o seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi que quer dizer Mestre onde moras?» Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.»

Evangelho segundo S. João 1,35-42

sexta-feira, janeiro 13, 2006

cidade de ausências


Falta-me
de Cláudia Varejão
20’ Portugal 2005

Na turbulência da vida urbana acontece-nos esquecer ou subestimar coisas que nos fazem falta, ausências que nos suspendem, adiam ou até que nos magoam. Este documentário pede a cerca de uma centena de habitantes da área metropolitana de Lisboa que escrevam numa ardósia o que mais lhes faz falta. São respostas de pessoas de vários extractos sociais, de diferentes idades e com actividades diversificadas, que acabam por compor um retrato íntimo da sociedade portuguesa contemporânea.


recebeu Menção especial 1ª obra, no docLisboa
interessante manta de retalhos das faltas silenciosas gritadas numa ardósia.
numa visita à Videoteca Municipal de Lisboa


o que me falta?

esforço

...para corrigir relatórios, depois da hora de almoço aproveitada para ir à exposição no museu do chiado, "O olhar Fauve" - na descoberta da cor e de algumas "pinceladas curtas".

Matisse. Portrait de Bevilacqua, 1905

(faltou o estudo prévio do movimento fauve... mas parece-me que gosto mais dos expressionistas alemães)

...para corrigir depois de fugir entre caminhos curvos até ao mar.



foto de um por-do-sol difícil, na praia

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A alegria

Não abandones a tua alma à tristeza,
não te atormentes a ti mesmo nos teus pensamentos.
A alegria do coração é a vida do homem,
e a alegria do homem é a sua longevidade.

Anima a tua alma e consola o teu coração
e afasta a tristeza para longe de ti,
porque a tristeza faz morrer a muitos,
e não há utilidade nela.
A inveja e a ira abreviam os dias,
e a inquietação faz chegar à velhice antes do tempo.
Um coração bondoso está num contínuo festim,
quanto come lhe aproveita.


Eclesiástico 30, 21-25

domingo, janeiro 08, 2006

Epifania

Emil Nolde, Os três magos (Die Heiligen Drei Konige), 1913
(foto tirada numa exposição sobre os 100 anos Die Brücke em Berlim, Agosto 2005)


Sigamos os Magos, deixemos os nossos costumes pagãos.
Partamos! Façamos uma longa viagem para vermos Cristo.

S. João Crisóstomo


Olhai benigno, Senhor, para os dons da Vossa Igreja, que não vos oferece ouro, incenso e mirra, mas Aquele que por estes dons é figurado, imolado e recebido em alimento, Jesus Cristo, Vosso Filho.

Oração sobre as Oblatas



Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.

Mt 2, 1-12


altura de partir e oferecer e procurar novo caminho.. ao mesmo tempo os 3 gestos.

sábado, janeiro 07, 2006

de bailados encontrados

D. Quixote (no Teatro Camões)


Julio Pomar, D. Quixote e os carneiros, 1963

Não me incomoda ser um cavalo, sobretudo agora que posso pastar livremente, sem que já nada me atormente, a não ser a memória, pelas verdes pastagens da eternidade; do que eu nunca gostei, e ainda não gosto, é de cavaleiros andantes, ou antes, cavalgantes, pois quem realmente andávamos éramos sempre nós. (...)
Perguntais-me se tenho visto D. Quixote? Não, raramente vejo o senhor Quixote, e só de longe. (...) Eu, Rocinante, quero apenas pastar em paz.

José Eduardo Agualusa, 2005

(pela Companhia Nacional de Bailado, um bailado clássico actualizado, com técnica incrível, cenários de cores fortes, para uma história de (des)sonhos)

de exposições não previstas




Helena Almeida, Dias quasi tranquilos, 1985


Construir Desconstruir Habitar (no CCB)

De facto, Helena Almeida atribui uma enorme importância à influência que sobre ela exerceu o trabalho de Fontana, havendo uma interessante correspondência entre a ideia de interior/exterior presente no trabalho daquela artista portuguesa e o dentro/fora do próprio espaço pictórico que Fontana tematizou


(na falta dos quadros presentes na exposição, ficam os links e um exemplo das respectivas obras...)

Lucio Fontana, Concepto espacial, 1959

Esta semana...

... que passou começou num fim e terminou em regressos
... teve castelos e habitações
... viu danças e heróis
... sentiu abandono e companhia

sim, nesta semana que passou regressei à solidão.
mas o Mistério nunca me abandonou.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

qualquer coisa que escrevi ainda em 2005

Barco

Imundo, sentado no banco
ouvir os sons com brilho
encardido do tempo
joão é um homem velho
e sujo da vida.

Amo-te muito, meu querido
começava assim a folha amarela
que trazia segura nas mãos
religiosamente nas mãos
dobradas do uso.

João não tremia no ler
mas um brilho passava
do papel apressado
do papel não estragado
da amante amada.

no voltar a folha
ia perdendo o ar sério
gosto muito de ti, gosto
na lista interminável
de defeitos escondidos.

Apita o barco da entrada
joão dobra a folha amarela
dobra o gostar de alguém
mas sorri..
e só eu e ele sabemos porque o faz.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Leitura do dia

... sobre uma coincidência de desertos a serem atravessados

No momento seguinte percebeu do que se tratava: eram as trombetas de Tashbaan a tocar para fechar as portas. «Não sejas um cobardezinho palerma», disse com os seus botões. «É apenas o mesmo ruído que ouviste esta manhã.» No entanto, há uma grande diferença entre um ruído que se ouve quando se está com amigos de manhã e um ruído que se ouve sozinho, ao cair da noite, e nos deixa de fora.

in Lewis CS. As Crónicas de Narnia - O Cavalo e o Seu Rapaz

terça-feira, janeiro 03, 2006

Banda Sonora de início de ano

I want to run I want to hide
I want to tear down the walls that hold me inside
I want to reach out and touch the flame
Where the streets have no name

I want to feel sunlight on my face
I see the dust cloud disappear without a trace
I want to take shelter from the poison rain
Where the streets have no name

Where the streets have no name
We're still building then burning down love
And when I go there I go there with you
It's all I can do

The city's aflood and our love turns to rust
We're beaten and blown by the wind trampled in dust
I'll show you a place high on a desert plain
Where the streets have no name

... parece-me que alguma coisa vai mudar ...