domingo, outubro 23, 2005

Hoje é Domingo

A caridade é o pleno cumprimento da lei


Hoje encontrei-me com Carlos de Foucauld:

« L’amour est inséparable de l’imitation. Quiconque aime veut imiter : c’est le secret de ma vie. J’ai perdu mon cœur pour ce Jésus de Nazareth crucifié il y a 1.900 ans et je passe ma vie à le chercher et à l’imiter » .

« Il ne nous est pas possible de l’aimer sans l’imiter, de l’aimer sans vouloir être ce qu’il fut, faire ce qu’il fit, souffrir et mourir dans les tourments, il ne nous est pas possible de l’aimer et de vouloir être couronné de roses quand il l’a été d’épines »




Hoje reencontrei-me com Sta Teresinha:

Vivre d'Amour, c'est garder en soi-même Un grand trésor en un vase mortel Mon
Bien-Aimé, ma faiblesse est extrême Ah je suis loin d'être un ange du ciel !...
Mais si je tombe à chaque heure qui passe Me relevant tu viens à mon
secours, A chaque instant tu me donnes ta grâce Je vis d'Amour.


Hoje procuro a missão.
Hoje é Domingo!

quarta-feira, outubro 19, 2005

Início de leitura

He was very admired indeed. "He is as beautiful as a weathercock," remarked one of the Town Councillors who wished to gain a reputation for having artistic tastes; "only not quite so useful," he added, fearing lest people should think him unpractical, wich he really was not.

Wilde, Oscar in The Happy Prince and Other Stories



Hoje o dia começou cedo (demasiado para mim) mas deu para:
- seguir o nascer do sol ao longo da marginal, naquela luz tão própria de lisboa
- as aulas correrem sem atrasos (e com testes)
- a apresentação "informal" que até nem correu mal
- rezar o terço no metro (e perceber o olhar divertido de uma senhora com um daqueles pequenos nadas)
- almoçar qualquer coisa no café da esquina e ouvir um bom dia simpático (eu disse que era pela minha virgindade, diz uma senhora já de alguma idade, e ele acreditou, e o senhor encavacado, as senhoras são sempre simpáticas, os homens é que não.. outros tempos)
- trabalhar mais um pouco (podia ter sido mais)
- caminhar até ao loreto (e perceber o olhar para o alto de um pobre no banco)
- a missa com a surpresa de uma presença (nos mais pobres dos pobres)
- apanhar o metro e chuva (e não apanhar o cinema que apetecia)
- apanhar o carro e trânsito
- chegar a casa e jantar e respirar baixinho depois do barulho
- descansar.

Hoje foi assim

segunda-feira, outubro 17, 2005

Confesso: ando irritada.
Um novo membro que ainda vai demorar - naturalmente - o seu tempo até poder impor algumas mudanças. Velhos membros bem intencionados mas com aquela ingenuidade de quem acha que a formação da pessoa quase que se pode reduzir a power-points tão lindos (sim, exactamente os mesmos clichés daqueles emails reenviados 148 vezes e que apagamos sem ler).
E que pensam o possível avanço da caminhada de um adolescente em função de "ser bom menino, que os pais até vêm à missa e tudo."
E é como se andasse a falar para uma parede. E ao fazê-lo sozinha, ainda acabo por me convencer que estou simplesmente a ser arrogante. O problema é que desta vez não acho mesmo que seja esse o caso.

- E sim, também sei que ainda é pior fazer "queixinhas" assim, e esta falta de perseverança e caridade.
É como disse. Ando irritada...

domingo, outubro 16, 2005

Hoje é Domingo


A face da moeda

coloco-me o objectivo:
é preciso limpar a moeda
procurar revelar a sua face
ver quem me marca
(quantas vezes eu pensei tatuar-me para me lembrar
e como é confuso perceber-me tatuada por dentro
com os estigmas que não pedi)

tenho esperança
em tamanho pequeno mas tenho-a
obrigo-me (e obrigas-me) à solidão corrosiva
peço-Te que desapareça o lixo que me enoja quando Me olhas
peço que consiga levantar os braços e levantar-me por dentro
e caminhar na misericórdia
para dar o que é devido a quem de direito
para me dar inteiramente a Quem não me nega

hoje é Domingo

sábado, outubro 15, 2005

Teresa de Jesus


Para pedir paciência nas adversidades

Nada te inquiete
nada te assuste;
pois tudo passa,
Deus nunca muda.
A paciência
alcança tudo.
Quem Deus possui
nada lhe falta.
Só Deus nos basta.


.. não havia ela de ser doutora?

Rouault

Nome de Guerra - Almada Negreiros

"Não! é indispensável evitar que a nossa união nada nos ensine para
amanhã. É preciso que nós dois reconheçamos, ela e eu, que o nosso amor vai a
ponto de darmos as mãos para nos despedirmos como amigos até à morte. Dois
verdadeiros amigos que se enganaram e começaram erradamente por serem amantes... "


mais à frente
Embaralhou-se tudo na cabeça e no coração. Não queria nada por
causa dela. Saber o que queria, mostrar que tinha força, ser homem, era tudo por
causa dele e nada por causa dela. Por conseguinte, a sua intimidade para com ela
era desumana: aprendia com ela a ser homem, a ter força, a saber o que queria,
para ir escolher outra mulher! ao passo que a Judite aprendia com ele a saber
estar com ele e não para ir depois melhor para a companhia de outro.


e ainda mais à frente
A Judite virou mais o corpo para ficar bem de frente para o
Antunes. Sem olhar para o maço de notas, fixou os olhos de perto nos de Antunes
e disse-lhe, como se estivesse escrito nos livros:

- Luís, tu não gostas de mim!

quase no fim
Mas a vista era o melhor do quarto. Daquela água-furtada seguia-se
o Tejo por aí acima, desde o mar até perder-se à esquerda. (...) Mas o
verdadeiro merecimento deste novo quarto para o Antunes consistia em que tudo o
que a ele tinha acontecido até esta água-furtada era para rasgar.


dizem-me "Deus fala, não é?" ... digo "às vezes grita!"
em fátima, rezar a paz!

domingo, outubro 09, 2005

Pedro e Inês



Inês de Castro

Inês de Castro
Antes do fim do mundo, despertar,

Sem D. Pedro sentir,
E dizer às donzelas que o luar
E o aceno do amado que há-de vir...

E mostrar-lhe que o amor contrariado
Triunfa até da própria sepultura:
O amante, mais terno e apaixonado,
Ergue a noiva caída à sua altura.

E pedir-lhes, depois fidelidade humana
Ao mito do poeta, à linda Inês...
À eterna Julieta castelhana
Do Romeu português.

Miguel Torga

(...) Não se espere porém que Olga Roriz nos proponha uma narrativa linear, tendo antes optado por uma leitura estilhaçada, com uma multiplicação das personagens e dos pontos de vista, procurando alcançar um clima onírico violento (...).
A obra surgirá aliás em coerência com anteriores criações de Olga Roriz, que explorou com uma gestualidade de cariz expressionista a conflituosidade implícita nos amores fatais, quando os corpos reinventam em movimentos dolorosos as emoções que deles travasam.(...)
José Sasportes



... apaixonante! belo, intenso e apaixonante!
começo a gostar muito da Companhia Nacional de Bailado