Estamos aqui
porque não existe nenhum refúgio
onde esconder-nos de nós mesmos.
enquanto uma pessoa
não se confronta consigo própria
nos olhos e corações das outras pessoas,
foge.
enquanto não lhes permite
que compartilhem os seus segredos,
não se liberta deles.
com medo de se dar a conhecer
não pode conhecer-se a si própria
nem aos outros.
ficará só.
onde,
se não no que temos em comum,
poderemos encontrar um espelho assim?
aqui, juntos,
cada um de nós pode, enfim,
manifestar-se abertamente.
não como o gigante dos seus sonhos,
nem como o anão dos seus medos,
mas como um homem,
parte de um todo,
com o seu contributo a dar.
neste campo,
todos nós podemos criar raízes e crescer.
já não sós como na morte
mas vivos para nós
e para os outros.
sexta-feira, setembro 17, 2004
Filosofia
quarta-feira, agosto 18, 2004
segunda-feira, agosto 16, 2004
a menina está bem?
bem muito obrigada
mais leve e fresca e tudo
os senhores assistiram?
espero q tenham gostado
a ingenuidade é sempre tão cómica
as armadas em doutoras são sempre tão fúteis
voou
adeus chagall
adeus beijo em fundo azul
o que é isso
é chagall
olha ela a armar-se em intelectual
pseudo
então a menina chame o polícia
claro, redondo
claro, cansado
os amigos correram
eu ainda corri
correu? quem diria...
mas ainda bem q correu
e ainda bem que segui sozinha
por fora e por dentro
sozinha num pranto
"se caísses não estavas assim"
eu não caí mas seria melhor
(como será cair?)
a esquadra?
ali em baixo
(estás a olhar para os meus olhos?)
ali em baixo onde (suspiro)
está a ver a linha do eléctrico? desce e dp vê logo
(ainda a olhar para os meus olhos?
não te esqueças de ficar a olhar
mas ainda assim não te mexas
eu sigo sozinha)
milene vai sozinha
vai segura
vai segura
milene vai sozinha
feita dura feita dura
então onde foi a ocorrência?
(não, eles não estão a falar assim comigo!)
o quê? ali em cima?
(sim, nem dá para acreditar, não é?
e há qto tempo
o que, agora mesmo?
vamos, costa
a menina
a doutora
a senhora
a miúda armada em tia
ups
isso não disse
a menina venha connosco
sim, não sou uma puta apanhada
nem ando na droga
o meu ar não é de vencida
os olhos vermelhos são stress
se quiserem, podem deixar de olhar para mim no banco traseiro do carro
a menina olhe
(suspiro)
sim, estou a olhar
onde não é conveniente andar?
quem quer saber?
mais uma voltinha mais uma viagem
as meninas não pagam
mas também não encontram
estás a chorar pq
caramba
raio da miúda
se tivesses caído não estavas assim
enganei-me
afinal caí
quem diria
e caí porque quis
teimosamente dona do meu nariz!
vou levar a senhora lá acima
precisa de alguma coisa
olha mais uma loira
a mala foi ao ar entre o doce dos gelados
"incrível!"
ah! pois é...
quantos eram?
3
5minutos de espera
senhor do ó
quantos eram
talvez fossem apenas 2
uhm
10 minutos de espera
esperar esperar esperar
olhe.. diga-me só uma coisa:
onde é q eu estou?
é mais fácil assim, para onde é que quer ir?
(este gaiato armado em polícia..
a colocar-me estas perguntas
eu sei lá para onde quero ir!
quero!
mas n sei!
...)
era p o cais do sodré, sff
então sobe e desce
não tem nada de enganar
- viva! viva a montanha russa!
descarreguei
estava entalado aqui na garganta e queimava por dentro
rendo-me
leva lá o que queres
mas leva
não fiques a olhar para mim
não fiques
ou fica
porque na batalha ouvem-se as asas
e de repente percebo-te por perto
e, surpresa!
... fazes aquele ar de quem não se esquece
mais leve e fresca e tudo
os senhores assistiram?
espero q tenham gostado
a ingenuidade é sempre tão cómica
as armadas em doutoras são sempre tão fúteis
voou
adeus chagall
adeus beijo em fundo azul
o que é isso
é chagall
olha ela a armar-se em intelectual
pseudo
então a menina chame o polícia
claro, redondo
claro, cansado
os amigos correram
eu ainda corri
correu? quem diria...
mas ainda bem q correu
e ainda bem que segui sozinha
por fora e por dentro
sozinha num pranto
"se caísses não estavas assim"
eu não caí mas seria melhor
(como será cair?)
a esquadra?
ali em baixo
(estás a olhar para os meus olhos?)
ali em baixo onde (suspiro)
está a ver a linha do eléctrico? desce e dp vê logo
(ainda a olhar para os meus olhos?
não te esqueças de ficar a olhar
mas ainda assim não te mexas
eu sigo sozinha)
milene vai sozinha
vai segura
vai segura
milene vai sozinha
feita dura feita dura
então onde foi a ocorrência?
(não, eles não estão a falar assim comigo!)
o quê? ali em cima?
(sim, nem dá para acreditar, não é?
e há qto tempo
o que, agora mesmo?
vamos, costa
a menina
a doutora
a senhora
a miúda armada em tia
ups
isso não disse
a menina venha connosco
sim, não sou uma puta apanhada
nem ando na droga
o meu ar não é de vencida
os olhos vermelhos são stress
se quiserem, podem deixar de olhar para mim no banco traseiro do carro
a menina olhe
(suspiro)
sim, estou a olhar
onde não é conveniente andar?
quem quer saber?
mais uma voltinha mais uma viagem
as meninas não pagam
mas também não encontram
estás a chorar pq
caramba
raio da miúda
se tivesses caído não estavas assim
enganei-me
afinal caí
quem diria
e caí porque quis
teimosamente dona do meu nariz!
vou levar a senhora lá acima
precisa de alguma coisa
olha mais uma loira
a mala foi ao ar entre o doce dos gelados
"incrível!"
ah! pois é...
quantos eram?
3
5minutos de espera
senhor do ó
quantos eram
talvez fossem apenas 2
uhm
10 minutos de espera
esperar esperar esperar
olhe.. diga-me só uma coisa:
onde é q eu estou?
é mais fácil assim, para onde é que quer ir?
(este gaiato armado em polícia..
a colocar-me estas perguntas
eu sei lá para onde quero ir!
quero!
mas n sei!
...)
era p o cais do sodré, sff
então sobe e desce
não tem nada de enganar
- viva! viva a montanha russa!
descarreguei
estava entalado aqui na garganta e queimava por dentro
rendo-me
leva lá o que queres
mas leva
não fiques a olhar para mim
não fiques
ou fica
porque na batalha ouvem-se as asas
e de repente percebo-te por perto
e, surpresa!
... fazes aquele ar de quem não se esquece
domingo, agosto 15, 2004
Tabacaria vs Incenso
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
____
é mentira!
sim, hoje também me sinto vencida e horrivelmente lúcida
mas a irmandade mantém-se, a fraternidade é próxima
os nervos sacodem-se.. e continuemos a andar (ah! era os pés.. vai dar ao mesmo)
e contra a divisão da lealdade, aponto para a unidade
na realidade há mistério
no mistério há realidade
e só se divide quem é teimoso
eu? baixo os braços e rendo-me outra vez
recomecemos..
_______
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
____
eu não falhei em tudo. n te vitimizes..
sim, ok, também não fiz grandes propósitos, eram precisos?
ok, sim sim sim reconheço
esse propósito romano
de cedência à Luz
esse ainda está longe de alcançar
vamos aos poucos, sim?
e não vale a pena irmos pelas traseiras, regra geral são sempre mais escuras.
a sair, fernando, é pela frente!
no que vou pensar?
em não pensar demasiado, estou farta!
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
____
é mentira!
sim, hoje também me sinto vencida e horrivelmente lúcida
mas a irmandade mantém-se, a fraternidade é próxima
os nervos sacodem-se.. e continuemos a andar (ah! era os pés.. vai dar ao mesmo)
e contra a divisão da lealdade, aponto para a unidade
na realidade há mistério
no mistério há realidade
e só se divide quem é teimoso
eu? baixo os braços e rendo-me outra vez
recomecemos..
_______
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
____
eu não falhei em tudo. n te vitimizes..
sim, ok, também não fiz grandes propósitos, eram precisos?
ok, sim sim sim reconheço
esse propósito romano
de cedência à Luz
esse ainda está longe de alcançar
vamos aos poucos, sim?
e não vale a pena irmos pelas traseiras, regra geral são sempre mais escuras.
a sair, fernando, é pela frente!
no que vou pensar?
em não pensar demasiado, estou farta!
Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol e com a lua debaixo dos pés
segunda-feira, julho 19, 2004
de repente
.. a cirandar na blogosfera, eis que encontro um post que me chama a atenção
e não é que Chagall trouxe novo significado de espelho?
ainda não tinha percebido o "espelho" em Fátima (aos poucos, devagarinho)
e com o "espelho" em S. Paulo
e, à mesma comunidade
e não é que Chagall trouxe novo significado de espelho?
ainda não tinha percebido o "espelho" em Fátima (aos poucos, devagarinho)
Por desígnio divino, veio do Céu a esta terra, à procura dos pequeninos privilegiados do Pai, «uma Mulher revestida com o Sol» (Ap 12, 1). Fala-lhes com voz e coração de mãe: convida-os a oferecerem-se como vítimas de reparação, oferecendo-Se Ela para os conduzir, seguros, até Deus. Foi então que das suas mãos maternas saiu uma luz que os penetrou intimamente, sentindo-se imersos em Deus como quando uma pessoa - explicam eles - se contempla num espelho.
(naquele dia de calor)
e com o "espelho" em S. Paulo
Hoje vemos como por um espelho, de maneira confusa, mas então veremos face a face. Hoje conheço de maneira imperfeita. Então, conhecerei exactamente, como também sou conhecido.
Agora subsistem estas três: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior delas é a caridade 1 Cor 13, 12-13
e, à mesma comunidade
E a todos nós, com a cara descoberta, com a cara reflectindo a glória do Senhor, como um espelho, somos transformados de glória em glória, nessa mesma imagem, sempre mais resplandescente, pela acção do Espírito do Senhor 2 Cor 3, 18
domingo, julho 18, 2004
noite de cinema
em casa
sic mulher - Camille Claudel, filme documentário sobre escultora francesa (1854-1943)
camille claudel, la valse
rtp2 - Nha Fala
(cenário quase de início - igreja, o padre não está, quem dirige o coro?)
Vamos votar
(e apareciam os diferentes candidatos, cada um a publicitar uma característica)
Governar? uma questão de
- autoridade
- competência
- sedução
- coração
- vontade
- tradição
Bastará ser bom marinheiro para ser bom capitão?
_______
(o ex namorado contrabandista)
Vita
Abre a porta!
eu não sou o pior dos homens!
sic mulher - Camille Claudel, filme documentário sobre escultora francesa (1854-1943)
camille claudel, la valse
rtp2 - Nha Fala
(cenário quase de início - igreja, o padre não está, quem dirige o coro?)
Vamos votar
(e apareciam os diferentes candidatos, cada um a publicitar uma característica)
Governar? uma questão de
- autoridade
- competência
- sedução
- coração
- vontade
- tradição
Bastará ser bom marinheiro para ser bom capitão?
_______
(o ex namorado contrabandista)
Vita
Abre a porta!
eu não sou o pior dos homens!
sábado, julho 17, 2004
Gaudium et Spes
Cristo, o homem novo
22. Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efectivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime.
22. Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efectivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime.
retomar a Tabacaria
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
_______
benvindos à rua do mistério
ó fernando, estás a olhar pela janela?
que seja uma, muitas dividem a atenção
("a pedra não é a indicada para um sitio destes, o sal corroi-a"
aquela figura mordida de S. Pedro à entrada de uma igreja escura -a confusão que isso me faz
aquela curva e contracurva e curva e contracurva e.. "não enjoas?" não! cresci!
o problema dos carros, uma janela para múltiplos cenários à velocidade mais ou menos permitida)
fernando, esse auto desprezo magoado.. tem cuidado com o fígado, sim?
as janelas são problemáticas.
mas, se dividem a atenção, parece que vão ter à mesma rua, em diferentes perspectivas, com diferentes pontos de fuga
a rua do mistério é uma só e toda a gente passa por ela
mas achas essa rua inacessível ao pensamento?
se calhar falta abrires a porta..
se não o fizeres o real parece impossível
o certo ainda tão desconhecido
não tenhais medo...
o mistério está nas coisas, marca-as
CHAGALL, Marc. O violinista, 1912. In: BECKETT, Wendy.
História da Pintura. São Paulo, Ática, 1997. p. 345.
«Os traços de CHAGALL combinam suas fantasias às cores sensuais e às técnicas da arte avançada, mas o seu espírito não foge à eterna busca da felicidade esse “desejo que é comum aos seres humanos”(BECKETT).»
o mistério está nas coisas, marca-as
se apenas sustentasse as coisas, o mistério seria corrompido pela morte
se apenas fosse pisado por nós, isso do destino era fatal
mas (eu repito, insisto)
o mistério está nas coisas, marca-as
o mistério está também em quem passa pela rua
e a morte não corrompe quem o sabe
e o destino, também ele mistério, passa a ser vocação
com a vocação a fazer-nos andar, em unidade, até à plenitude
não tenhas medo..
abri, ou melhor, escancara a porta do teu coração
... ó fernando, vem para a rua!
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
_______
benvindos à rua do mistério
ó fernando, estás a olhar pela janela?
que seja uma, muitas dividem a atenção
("a pedra não é a indicada para um sitio destes, o sal corroi-a"
aquela figura mordida de S. Pedro à entrada de uma igreja escura -a confusão que isso me faz
aquela curva e contracurva e curva e contracurva e.. "não enjoas?" não! cresci!
o problema dos carros, uma janela para múltiplos cenários à velocidade mais ou menos permitida)
fernando, esse auto desprezo magoado.. tem cuidado com o fígado, sim?
as janelas são problemáticas.
mas, se dividem a atenção, parece que vão ter à mesma rua, em diferentes perspectivas, com diferentes pontos de fuga
a rua do mistério é uma só e toda a gente passa por ela
mas achas essa rua inacessível ao pensamento?
se calhar falta abrires a porta..
se não o fizeres o real parece impossível
o certo ainda tão desconhecido
não tenhais medo...
o mistério está nas coisas, marca-as
CHAGALL, Marc. O violinista, 1912. In: BECKETT, Wendy.
História da Pintura. São Paulo, Ática, 1997. p. 345.
«Os traços de CHAGALL combinam suas fantasias às cores sensuais e às técnicas da arte avançada, mas o seu espírito não foge à eterna busca da felicidade esse “desejo que é comum aos seres humanos”(BECKETT).»
o mistério está nas coisas, marca-as
se apenas sustentasse as coisas, o mistério seria corrompido pela morte
se apenas fosse pisado por nós, isso do destino era fatal
mas (eu repito, insisto)
o mistério está nas coisas, marca-as
o mistério está também em quem passa pela rua
e a morte não corrompe quem o sabe
e o destino, também ele mistério, passa a ser vocação
com a vocação a fazer-nos andar, em unidade, até à plenitude
Non abbiate paura! Aprite, anzi, spalancate le porte a Cristo!
não tenhas medo..
abri, ou melhor, escancara a porta do teu coração
... ó fernando, vem para a rua!
segunda-feira, julho 12, 2004
férias - 1a parte
terça a sábado... apontamentos
Domingo
nazaré, alcobaça, batalha
terminar em beleza
agora.. de regresso.. mas não muito!
Espera
Sophia Andresen
Dei-te a solidão do dia inteiro.
Na praia deserta, brincando com a areia,
No silêncio que apenas quebrava a maré cheia
A gritar o seu eterno insulto,
Longamente esperei que o teu vulto
Rompesse o nevoeiro.
Eu Espero
Adriana Calcanhotto
Entre nós
O desejo
Entre nós
Nosso tempo
Não vá me deixar
Sem seu beijo
Se tudo o que há
Não é muito mais
Do que o momento
Quanto mais
Eu te quero
Mais sei esperar
Eu espero
Domingo
nazaré, alcobaça, batalha
terminar em beleza
agora.. de regresso.. mas não muito!
terça-feira, julho 06, 2004
Exercício de Razão e Fé
Rito da Narração da Páscoa
Segundo Rito (com o segundo cálice)
Isso nos bastaria (Dayyénu)
Quantas coisas boas fez por nós o Senhor.
Se nos tirasse do Egipto e não os julgasse, isso nos bastaria.
Se os julgasse e não julgasse os seus deuses, isso nos bastaria.
Se julgasse os seus deuses e não matasse os seus primogénitos, isso nos bastaria.
Se matasse os seus primogénitos e não nos desse as suas riquezas, isso nos bastaria.
Se nos desse as suas riquezas e não dividisse o mar em nosso favor, isso nos bastaria.
Se dividisse o mar em nosso favor e não nos fizesse atravessar pelo meio, em terra enxuta, isso nos bastaria.
Se nos fizesse atravessar pelo meio, em terra enxuta e não submergisse no fundo das águas os que nos perseguiam, isso nos bastaria.
Se submergisse no fundo das águas os que nos perseguiam e não nos desse o necessário à nossa subsistência durante quarenta anos no deserto, isso nos bastaria.
Se nos desse o necessário à nossa subsistência durante quarenta anos no deserto e não nos fizesse comer o maná, isso nos bastaria.
Se nos fizesse comer o maná e não nos desse o sábado, isso nos bastaria.
Se nos desse o sábado e não nos fizesse chegar ao monte Sinai, isso nos bastaria.
Se nos fizesse chegar ao monte Sinai e não nos desse a Lei, isso nos bastaria.
Se nos desse a Lei e não nos reunisse na terra de Israel, isso nos bastaria.
Se nos reunisse na terra de Israel e não fizesse de nós casa da eleição, isso nos bastaria.
in Textos Eucológicos Hebraicos. Antologia Litúrgica, SNL 2004
Segundo Rito (com o segundo cálice)
Isso nos bastaria (Dayyénu)
Quantas coisas boas fez por nós o Senhor.
Se nos tirasse do Egipto e não os julgasse, isso nos bastaria.
Se os julgasse e não julgasse os seus deuses, isso nos bastaria.
Se julgasse os seus deuses e não matasse os seus primogénitos, isso nos bastaria.
Se matasse os seus primogénitos e não nos desse as suas riquezas, isso nos bastaria.
Se nos desse as suas riquezas e não dividisse o mar em nosso favor, isso nos bastaria.
Se dividisse o mar em nosso favor e não nos fizesse atravessar pelo meio, em terra enxuta, isso nos bastaria.
Se nos fizesse atravessar pelo meio, em terra enxuta e não submergisse no fundo das águas os que nos perseguiam, isso nos bastaria.
Se submergisse no fundo das águas os que nos perseguiam e não nos desse o necessário à nossa subsistência durante quarenta anos no deserto, isso nos bastaria.
Se nos desse o necessário à nossa subsistência durante quarenta anos no deserto e não nos fizesse comer o maná, isso nos bastaria.
Se nos fizesse comer o maná e não nos desse o sábado, isso nos bastaria.
Se nos desse o sábado e não nos fizesse chegar ao monte Sinai, isso nos bastaria.
Se nos fizesse chegar ao monte Sinai e não nos desse a Lei, isso nos bastaria.
Se nos desse a Lei e não nos reunisse na terra de Israel, isso nos bastaria.
Se nos reunisse na terra de Israel e não fizesse de nós casa da eleição, isso nos bastaria.
in Textos Eucológicos Hebraicos. Antologia Litúrgica, SNL 2004
Campos A. Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
estas primeiras palavras de Campos, na sua tabacaria (defronte à loja de fumo) deixam-me num estado insuportável de "rasgo".
quando as li pela primeira vez, no 12º devorei-as, "que giro!" mas, numa altura de profunda lucidez (quase de profecia) chorei com elas.
acho q foi isso.. desisti com elas, ainda não tinha começado.
Campos era um doido.. ainda bem!
sempre me irritou a calmia do ricardo reis, a falta de impressão de carácter com que ele vivia ao de leve, para não estragar, não vale a pena a sua vida.
e o absurdo de alberto caeiro, não pensemos, não pensemos, não pensemos.. (não crer, não crer, não crer..) e acabar sempre por fazê-lo!
pessoa? um homem vulgar, farto de ser vulgar, divididamente farto de ser vulgar.. divide-se, quebra-se, rasga-se, busca a unidade na divisão. exercício intelectual pacificante (?)
mas campos? ah! um doido, uma má influência (não gosto dele fernandinho - diz a doce ofélia), o escape da loucura de querer a vida e esta escapar-lhe entre as mãos.
começa bem.
não sou nada, nunca serei nada,
não posso querer ser nada!
divisão.. se por um lado se percebe "um nada", por outro irrita-se: não pode querer continuar assim! (outra leitura seria achar que ele não podia querer ser qualquer coisa.. não vou por aí, não quero!)
e depois um tom irónicamente ácido, com um sorriso sarcástico de quem às vezes não se leva muito a sério
à parte isso (que não é assim tão tão importante) tenho em mim todos os sonhos do mundo.
arghhhh. passar do sonho à realidade! que drama álvaro, que drama pessoa! um notário ou contabilista ou qq profissão dessas burocráticas, de função pública e depois o desespero de voltar a casa e teres esses sonhos de genialidade a corroerem-te. vai homem!
janelas do meu quarto (espreita por elas, sem bucolismos, sem essa saudade do que poderias ser, vai.. sai de casa!)
bem.. q espanto!
acabei de ouvir
ah! é um bálsamo ver como é bom agarrar a vida à dentada
IHS!
não podemos viver no mundo sem ter uma teoria sobre o mundo
o mundo só gira para a frente. seremos cidadãos
ah! é um bálsamo ver como é bom agarrar a vida à dentada
IHS!
desafio começa...
depois de uma discussão num blog do timshel , ficou-me um sabor amargo de tristeza..
nada melhor que começar o desafio que propus à minha colega bloguista
nada melhor que começar o desafio que propus à minha colega bloguista
segunda-feira, julho 05, 2004
sábado, julho 03, 2004
quarta-feira, junho 30, 2004
segunda-feira, junho 28, 2004
impressões: escrita-pintura
IV
HORAS MORTAS
(...)
E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!
(...)
in O Sentimento de um Ocidental, Cesário Verde
HORAS MORTAS
(...)
E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!
(...)
in O Sentimento de um Ocidental, Cesário Verde
se eu morresse, hoje! E eternamente
encontrasse e estivesse na Perfeição
domingo, junho 27, 2004
aviso à navegação
falem com os velhotes sozinhos
ou melhor
mostrem-se disponíveis para os ouvir
ou melhor
mostrem-se disponíveis para os ouvir
quem não quer ser ouvido?
uma de algumas prendas
Butterfly
Música: Nuno Gonçalves, Letra: Sónia Tavares
The Gift
It happens when I don't believe the world around
It makes no sense when you forget and turn around
Am I good, am I bad
Did I fail
So I don't understand
Is it me
Is it us
Am I fat?
It's my cat
Butterfly, butterfly, butterfly, butterfly
Butterfly she's flying so high, she's flying so, she's flying so high
Lay down, here by my side
Lay down, I don't want to fake or hide
Lay down, here by my side
Film
Música: Nuno Gonçalves, Letra: Sónia Tavares
The Gift
It happens when I don't believe the world around
It makes no sense when you forget and turn around
Am I good, am I bad
Did I fail
So I don't understand
Is it me
Is it us
Am I fat?
It's my cat
Butterfly, butterfly, butterfly, butterfly
Butterfly she's flying so high, she's flying so, she's flying so high
Lay down, here by my side
Lay down, I don't want to fake or hide
Lay down, here by my side
Film
Meus Senhores
Decidam-se e depois deixem o povo decidir.
Não faz sentido (mas será que faz sentido a alguém??) que esteja à frente do Governo uma personagem em que não votámos. Não estamos nós em democracia? Ou o Governo é uma associação mínima que se gere no circuito familiar dos amigos e conhecidos??? (se calhar..)
vamos a votos!
quanto ao Durão... é preciso pensar Europa, debilitada ou não
(seria interessante reflectir porque a achamos debilitada, agora que até tem uma Constituição Europeia, sem menção do cristianismo, mas uma Constituição!!?)
Nos jogos psicológicos, justificamo-nos mais, analisamo-nos mais quando estamos mais susceptíveis, será?
Nos jogos psicológicos esquecemos tudo o que não temos certo na nossa mão.. não interessa!
é preciso pensar Europa
e amar muito Portugal! Sempre!
Não faz sentido (mas será que faz sentido a alguém??) que esteja à frente do Governo uma personagem em que não votámos. Não estamos nós em democracia? Ou o Governo é uma associação mínima que se gere no circuito familiar dos amigos e conhecidos??? (se calhar..)
vamos a votos!
quanto ao Durão... é preciso pensar Europa, debilitada ou não
(seria interessante reflectir porque a achamos debilitada, agora que até tem uma Constituição Europeia, sem menção do cristianismo, mas uma Constituição!!?)
Nos jogos psicológicos, justificamo-nos mais, analisamo-nos mais quando estamos mais susceptíveis, será?
Nos jogos psicológicos esquecemos tudo o que não temos certo na nossa mão.. não interessa!
é preciso pensar Europa
e amar muito Portugal! Sempre!
Pedro Homem de Mello
Ascensão
O desejo é tudo!
Até na matéria
Dum corpo cinzento
Paira a graça etérea
Do seu movimento.
As rochas do monte
Ficaram metade
Além do horizonte...
Toda a majestade
Da sua atitude
Não passa de peso que não nos ilude.
E qunato mais alto nos podem falar
As ondas que ficam lá em baixo, no Mar!
O desejo é tudo!
Até na matéria
Dum corpo cinzento
Paira a graça etérea
Do seu movimento.
As rochas do monte
Ficaram metade
Além do horizonte...
Toda a majestade
Da sua atitude
Não passa de peso que não nos ilude.
E qunato mais alto nos podem falar
As ondas que ficam lá em baixo, no Mar!
reflexo
vinha no carro a pensar..
a Lua vai meia a crescer?
a crescer...
crescer rasga
perdemos ilusões
ficamos estáticos?
... que eu não cresça, que eu não cresça, que eu não cresça NUNCA!
ou então que cresça de vez!
nunca no meio do incerto
a Lua vai meia a crescer?
a crescer...
e crescer dói
crescer rasga
perdemos ilusões
ficamos estáticos?
... que eu não cresça, que eu não cresça, que eu não cresça NUNCA!
ou então que cresça de vez!
nunca no meio do incerto
sábado, junho 26, 2004
quase parece
quase parece que só escrevo ao sábado
nesta semana houve impressões que deram uma fúria de escrever
(nota em rodapé: comprar caderno, não um qualquer, mas daqueles de páginas grossas)
mas as fúrias são assim... momentâneas!
nesta semana houve impressões que deram uma fúria de escrever
(nota em rodapé: comprar caderno, não um qualquer, mas daqueles de páginas grossas)
mas as fúrias são assim... momentâneas!
terça-feira, junho 22, 2004
a explicação
IHS
frase paradoxal:
só nunca fez sentido na dimensão humana
no mistério o mistério, ou sufocamos, ou fugimos
do Verbo só no mistério da Acção
Encarnado Acção concreta, Acção real e realmente presente entre nós,
Acção que é Verdadeira Carne mas que não deixa de ser Verdadeiro Mistério
só no mistério do Verbo Encarnado se esclarece o mistério do Homem
frase paradoxal:
só nunca fez sentido na dimensão humana
no mistério o mistério, ou sufocamos, ou fugimos
do Verbo só no mistério da Acção
Encarnado Acção concreta, Acção real e realmente presente entre nós,
Acção que é Verdadeira Carne mas que não deixa de ser Verdadeiro Mistério
só no mistério do Verbo Encarnado se esclarece o mistério do Homem
segunda-feira, junho 21, 2004
é este mesmo!
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Pessoa, Fernando
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Pessoa, Fernando
levar o absurdo ao extremo
andar sobre uma aresta de gelo
na vertigem de um trapézio de fogo
começar a explicar
“Cristo ensinou-nos (a parábola do bom samaritano), que o Amor ao próximo sobrenatural é a troca da compaixão e da gratidão, que acontece como um relâmpago entre dois seres, dos quais um é revestido daquilo que o constitui como ser humano e o outro é privado disso. Um dos dois é só um pouco de carne nua, sangrento e sem vida na berma da rua, um sem-nome, de quem ninguém nada sabe. Os que passam por aquilo, mal reparam nele e esqueram momentos depois, que nele tinham reparado de todo. Um único pára e dedica-lhe a sua atenção. O que se segue àquilo em actos, só é a reacção automática deste momento de atenção. Esta atenção é criativa.
Porque o amor ao próximo se baseia na atenção criativa, ele parece-se com a genialidade. A atenção criativa consiste nisto, que se está mesmo atento àquilo que não existe. A humanidade não existe neste pedaço de carne sem vida na berma da estrada. O samaritano, que mesmo assim pára e olha, dirige mesmo assim a sua atenção àquela humanidade ausente, e os consequentes actos são prova de que se trata de atenção verdadeira.
A Fé, diz Paulo, é a visão daquilo que não vemos. Neste momento da atenção a Fé está tão presente como o Amor.
O Amor vê o invisível.”
comecei com estas andanças de blog um pouco para experimentar
para além dos blogs do meu amigo Gonçalo
(incrível como acabo por me incluir nesse grupo ao qual digo não pertencer.. uma lacuna no vocabulário português, será?)
e de outros meus conhecidos
foi quando comecei a ler o blog Terra da alegria que a vontade de experimentar falou mais alto
este texto de Simone Weil (autora que reconhecidamente não conheço, mais um argumento da minha ignorância)
este texto termina com uma frase bombástica!!
mas, ao contrário de Lutz, tenho vontade de pegar nele de forma diferente..(não sei se o farei)
afinal, ao contrário dele, afirmo-me crente
sábado, junho 19, 2004
laços
o dia vai mais bonito agora
não me atiro da janela
nem me deixo atrair para o abismo do pórtico partido
eu
gaiata
dou graças a Deus
porque Ele me dá manos e manas
que teimam em ter-me por perto.
de repente
a vida às vezes faz sentido.
(ainda bem)
não me atiro da janela
nem me deixo atrair para o abismo do pórtico partido
eu
gaiata
dou graças a Deus
porque Ele me dá manos e manas
que teimam em ter-me por perto.
de repente
a vida às vezes faz sentido.
o essencial é invisível aos olhos
(ainda bem)
Pessoa, Fernando
Autopsicografia
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem.
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
_____________________________________________________
(18-9-1933)
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem.
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
_____________________________________________________
(18-9-1933)
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
a lógica do absurdo
ando a pensar coisas absurdas
e penso-as demasiado
eu sei
se o que comunico é declamado
se se declama o que não é nosso
então o que digo não é meu
se a comunicação é a forma de dar a conhecer o pensamento
se o que comunico não é meu
então o pensamento que dou a conhecer não é meu
se afirmo que escrevo como penso
se escrevo como quem declama
então penso declamações
e é nesta altura que uma voz supostamente sensata diria
e penso-as demasiado
eu sei
se o que comunico é declamado
se se declama o que não é nosso
então o que digo não é meu
se a comunicação é a forma de dar a conhecer o pensamento
se o que comunico não é meu
então o pensamento que dou a conhecer não é meu
se afirmo que escrevo como penso
se escrevo como quem declama
então penso declamações
e é nesta altura que uma voz supostamente sensata diria
pensas demasiado às 9h30 de sábado
no outro dia
na passada 3a (dia 15)
na passada 3a disseram-me simpaticamente
como quem está a pontos de me bater
o que faz com que este projecto de blog
adquira um sabor amargamente irónico!
Se não SOA o que escrevo
não faz sentido escrever, certo?
(a lógica matemática onde o meu pensamento gosta de descansar)
...pena ser teimosa
na passada 3a disseram-me simpaticamente
como quem está a pontos de me bater
escreves bem
sabes que escreves bem
... mas não me soas!
o que faz com que este projecto de blog
adquira um sabor amargamente irónico!
Se não SOA o que escrevo
não faz sentido escrever, certo?
(a lógica matemática onde o meu pensamento gosta de descansar)
...pena ser teimosa
bom dia! 9.15 no CEDIME
hoje custou sair da cama
apesar da dose de cafeína matinal, parece que os olhos ainda não estão felizes por estarem abertos..
ontem foi um dia que se pretendia bonito, na questão das prioridades, ontem era o dia do Coração.
o meu às vezes é bem gelado
mas não a ponto de, se lhe batessem, partir-se em pedaços
infelizmente
fico ainda naquele semi-frio sem consistência
e, como o Outro, irritam-me as coisas mornas
estou sozinha no palacete da ANF
(na minha sala, uma das janelas dá para S. Tiago)
tenho à minha espera
1. interacções entre anticoagulantes e plantas
2. interacções entre estatinas e fibratos
e os simpáticos telefonemas das pessoas que me vão ligar
apesar da dose de cafeína matinal, parece que os olhos ainda não estão felizes por estarem abertos..
ontem foi um dia que se pretendia bonito, na questão das prioridades, ontem era o dia do Coração.
o meu às vezes é bem gelado
mas não a ponto de, se lhe batessem, partir-se em pedaços
infelizmente
fico ainda naquele semi-frio sem consistência
e, como o Outro, irritam-me as coisas mornas
estou sozinha no palacete da ANF
(na minha sala, uma das janelas dá para S. Tiago)
tenho à minha espera
1. interacções entre anticoagulantes e plantas
2. interacções entre estatinas e fibratos
e os simpáticos telefonemas das pessoas que me vão ligar
segunda-feira, junho 14, 2004
sábado de arraial
uma alegria de manhã uma profunda tristeza à noite..
ao sábado de manhã, quando entro às 10h no CEDIME, dá mesmo tempo de ir à missa na Igreja da Encarnação, às 9h30.
pouca gente... mulherio.
mas Eucaristia é sempre bom.
CEDIME sem TV para ver o jogo, trabalho que não mata mas mói.. (actualmente, rever as interações entre as "inofensivas" plantas e os anticoagulantes)
saio às 19h
compro mangerico no Largo de Camões e não olho o banco
sigo chiado abaixo
telefonema- jantar?
ao pé do Panteão
atravesso baixa
não há eléctrico
ando e pergunto aos meus queridos polícias que tanto gostam de me multar qual o caminho para o panteão
sigo a linha do eléctrico
entro na Igreja de Sto António
(casava aqui?
eu garanto que não olhei o banco!)
granel, barafunda!!!
mas Ele lá está
e eu sigo a rezar o terço
ups!
a seguir a linha do eléctrico
cheira-se na rua a sardinha assada
ouve-se música
(e a parvoíce da música brasileira, very tipical, certamente!!!)
muitas bandeiras, muito vermelho e verde
mas n se toca no assunto tabu
n queremos entrar em depressão outra vez
(e eu n olhei o banco, sério!)
duas voltas ao panteão
a menina siga a rua dos remédios
qual?
do outro lado
olhe desculpe..
ah! é do outro lado
desce a calçada do gascão (?),
segue a rua dos remédios, segue e chega ao largo do vigário
sigo
e chego
e janto uma bifana
(-esta geração que não gosta de caldo verde, sardinhas e bacalhau..
-mas eu só dispenso sardinhas.. n sejamos injustos)
uma bifana no pão
seguimos
e sigo
coleccionar piropos
(coleccionar piropos?)
- temos de ir a sto antónio
-casar? e pela Igreja?? bah!
(casar?)
seguir pela esquerda qdo nos gritam "pela direita"
voltar atrás.. afinal era mesmo pela direita
bater palmas com técnica
chegar ao pátio onde está uma marcha para sair
"viva alfama!!"
"credo, menina, qual alfama! aqui é s. vicente!"
viva sto antónio
seguir a marcha
de chinela no pé
mão na anca
já chega
castelo connosco
já chega
descer para a Sé,
telefone
não não vou
descer a baixa
descer junto ao rio
ver o rio por dentro
atravessar o rio com um rio cá dentro
ver uma mulher atropelada
acompanhada
e este maldito rio que teima em não parar!
eu não olhei o banco
e não foi por o olhar (se o tivesse feito)
que este rio parava.
o rio corre só..
e às vezes não precisa de motivo para correr
domingo, junho 13, 2004
13 de Junho
- parabéns à França (que reviravolta espectacular!)
- que os deputados eleitos TRABALHEM e que o façam de forma ética e responsável, defendendo a dignidade da vida humana (o meu grande medo)!
- que se faça finalmente política de outra forma.. foi uma campanha suja e pouco esclarecedora
- que o nosso povo venha a crescer no exercício dos seus deveres
- que os deputados eleitos TRABALHEM e que o façam de forma ética e responsável, defendendo a dignidade da vida humana (o meu grande medo)!
- que se faça finalmente política de outra forma.. foi uma campanha suja e pouco esclarecedora
- que o nosso povo venha a crescer no exercício dos seus deveres
e Santo António de Portugal? (que ele é nosso!)
nasce Fernando em Lisboa, provavelmente a 15 de Agosto de 1195...
morre António em Pádua, em 1231
teólogo, pregador contra os hereges, franciscano
canonizado um ano após a sua morte
Doutor da Igreja
Culto de Santo António, em Portugal
(...)
O povo tomou para si este Santo, que se tornou, no século XVI, o Santo Nacional dos Portugueses, mas moldou-o às suas próprias necessidades.
Aparece nos altares das Igrejas com diversos atributos:
protector da cidade, das casas e das famílias,
advogado das almas do purgatório,
advogado dos bons casamentos,
protector dos animais,
fazedor de milagres,
advogado dos objectos perdidos,
ajudante dos que combatem,
curador dos doentes,
protector dos náufragos,
aquele que livra os homens das tentações demoníacas.
(...)
adaptado de
Paula Ramos, in Família Cristã
Junho | Agência Ecclesia| 13/06/2004
moldado às necessidades do povo
... que só se esquece do que/ de Quem ele pregava!
sexta à noite - uma ida ao teatro
para quem não sabe, até gosto do pouco que conheço de Dostoiewsky, tem personagens bem marcadas - recomendo os Irmãos Karamazov..
fui ao Teatro de Almada com o Vale de Acór (obrigada!), ver a adaptação a teatro de um dos romances deste russo.
apreciação? boa encenação, actores assim assim, mas teatro é sempre uma experiência diferente!
fica uma referência
«O Jogador», de Fiodor Dostoiewsky
Teatro Municipal de Almada
19-05-2004 a 27-06-2004
4ª-Sab: 21h30; Dom: 16h00
Entrada: EUR 13,00 / EUR 7,00 (<25, >65)
Companhia de Teatro de Almada (CTA)
O Jogador
Fiodor Dostoiewsky
«O Jogador» é o mais pequeno e apaixonado dos romances de Dostoiewski, para além de apresentar características que permitem uma adaptação singularmente eficaz ao teatro.
Nesta obra, o autor criou um conjunto de personagens que retrata uma aristocracia que, na segunda metade do século dezanove, deambulava pela Europa em estâncias e termas de luxo onde a principal forma de divertimento eram as salas de jogo. «O Jogador» é, também, um auto-retrato do vício obssessivo de Dostoiewsky pelo jogo, bem como da relação extraconjugal que manteve com Polina Suslova, que surge na peça como amante do protagonista. Aleksey, o jovem tutor russo de uma família aristocrática decadente, é o herói desta obra: um jogador que - ao contrário dos restantes europeus, que jogavam para acumular riqueza - joga pela necessidade poética do risco, do desafio ao destino, da inquietude romântica como revolta à impossibilidade do amor. A acção desenrola-se numa estância de férias localizada na cidade alemã de Ruletenburg e gira em torno do casino.
Esta produção usa oito personagens principais onde as relações entre elas são agudas, complexas e envolventes, apresentando diferentes combinações e conflitos de interesse.
fui ao Teatro de Almada com o Vale de Acór (obrigada!), ver a adaptação a teatro de um dos romances deste russo.
apreciação? boa encenação, actores assim assim, mas teatro é sempre uma experiência diferente!
fica uma referência
«O Jogador», de Fiodor Dostoiewsky
Teatro Municipal de Almada
19-05-2004 a 27-06-2004
4ª-Sab: 21h30; Dom: 16h00
Entrada: EUR 13,00 / EUR 7,00 (<25, >65)
Companhia de Teatro de Almada (CTA)
O Jogador
Fiodor Dostoiewsky
«O Jogador» é o mais pequeno e apaixonado dos romances de Dostoiewski, para além de apresentar características que permitem uma adaptação singularmente eficaz ao teatro.
Nesta obra, o autor criou um conjunto de personagens que retrata uma aristocracia que, na segunda metade do século dezanove, deambulava pela Europa em estâncias e termas de luxo onde a principal forma de divertimento eram as salas de jogo. «O Jogador» é, também, um auto-retrato do vício obssessivo de Dostoiewsky pelo jogo, bem como da relação extraconjugal que manteve com Polina Suslova, que surge na peça como amante do protagonista. Aleksey, o jovem tutor russo de uma família aristocrática decadente, é o herói desta obra: um jogador que - ao contrário dos restantes europeus, que jogavam para acumular riqueza - joga pela necessidade poética do risco, do desafio ao destino, da inquietude romântica como revolta à impossibilidade do amor. A acção desenrola-se numa estância de férias localizada na cidade alemã de Ruletenburg e gira em torno do casino.
Esta produção usa oito personagens principais onde as relações entre elas são agudas, complexas e envolventes, apresentando diferentes combinações e conflitos de interesse.
em atraso.. 10 de Junho
no dia, bem comecei a escrever mas.. sem proveito (hj é apenas uma reflexão).
um pouco inevitável - o bicho homem tem essa tendência de sistematizar.
exemplo. em cima de um dia comum - por exemplo, o dia 21 de setembro, banal na minha vida até 98 - nesse ano adquiri um sabor amargo (o dia em que não entrei em medicina) mas no ano a seguir, passa a ser para mim o aniversário do meu querido amigo Fausto.. e, em 2000, ano em que comprei um instrumento de oração que se chama Breviário da Liturgia das Horas, percebi que era festa de são mateus.
escala actual:
2º- festa de s. mateus
1º- aniversário do Fausto
...10 de Junho de 2004?
2º- dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
1º- festa do Corpo de Deus
bem, para muitos (basta olhar à volta), o que interessa é termos mais um feriado!
... carpe diem?
dar a cada dia o seu sabor. viver cada dia no sabor que ele nos dá.
;)
um pouco inevitável - o bicho homem tem essa tendência de sistematizar.
exemplo. em cima de um dia comum - por exemplo, o dia 21 de setembro, banal na minha vida até 98 - nesse ano adquiri um sabor amargo (o dia em que não entrei em medicina) mas no ano a seguir, passa a ser para mim o aniversário do meu querido amigo Fausto.. e, em 2000, ano em que comprei um instrumento de oração que se chama Breviário da Liturgia das Horas, percebi que era festa de são mateus.
escala actual:
2º- festa de s. mateus
1º- aniversário do Fausto
...10 de Junho de 2004?
2º- dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
1º- festa do Corpo de Deus
bem, para muitos (basta olhar à volta), o que interessa é termos mais um feriado!
... carpe diem?
dar a cada dia o seu sabor. viver cada dia no sabor que ele nos dá.
;)
quarta-feira, junho 09, 2004
experimentar...
IHS
um pouco para experimentar..
um pouco porque gosto de escrever..
o nome? (haverá quem pense "mesmo à milene..")
a seu tempo a explicação.
um pouco para experimentar..
um pouco porque gosto de escrever..
o nome? (haverá quem pense "mesmo à milene..")
a seu tempo a explicação.
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