domingo, fevereiro 13, 2005

A humildade, a sede e coisas esquecidas

A precipitação é sinónimo de chuva... e a chuva faz falta à terra ressequida
diz a Milene.
A minha alma é como terra ressequida sem água, pois assim como não se pode iluminar, assim também por virtude própria não se pode saciar
diz Santo Agostinho.

Tentar lembrar-me como é que isso se faz, saltar para as coisas sem questionar certezas e com um entusiasmo adolescente.

Precipitar-me para a água. Reconhecer-me terra.
(Eu isso até reconheço - é admitir a necessidade de ser "regada" por outrem que me deixa às voltas.)

Mentalizar-me que primeiro vem a Fé e só depois os porquês.
(Porquê, se a Fé nasce das perguntas?)

Ter fé na fé.
(Que fácil foi dizê-lo aos meus adolescentes da catequese com ares de grande professora!)


Ter fé na fé.

3 comentários:

milene disse...

a Fé nasce de Deus

apercebemo-nos dela através das perguntas

SilverTree disse...

Sim, Milene, apercebi-me disso assim que o estava a escrever! Mas foi assim que o texto me saiu originalmente e... fiquei com curiosidade de ver se alguém o dizia :)

O que pensei logo foi que a Fé não nasce das perguntas, cresce com as perguntas :)

José Mata disse...

Ei inês, já estava com saudades de um post teu.

Não é só a fé que nasce com as perguntas. Estas, invariávelmente, empurram-nos, fazem com que deixemos de ter solo para nos apoiarmos.

Há dois caminhos: apoias-te numa fé, isto é, numa estrutura sólida na qual te sentes segura e a qual responde às tua dúvidas - e então a Fé nasce das perguntas; ou armas-te contigo mesma, com as tuas capacidades e motivações, e constrois a "verdade" tal qual te parece "lógica" ou "natural" (intuis, sentes-te bem com ela) - mas para isso é preciso destruir toda a Fé e sobretudo desconfiares de tudo o que te cerca.