quinta-feira, fevereiro 21, 2008

também senti falta de


... encontrar o chiado

apanhar chuva e sol, descer as ruas vivas (trabalhar no espaço de um hospital cansa...), almoçar num sítio diferente, matar saudades de quem gosto e que gosta de mim (dar a esmola do tempo de escuta, precioso nos dias de hoje)

descer as ruas vivas à chuva e ouvir as conversas dos doidos de lisboa que não os românticos da canção larilas

os doidos bêbados sentados no banco do Camões (um dia chorei no Camões) que dizem "a questão de acreditar é complicada..." enquanto seguram uma sagres na mão - há coisas que alguns só conseguem discutir no estado alcoólico, assim é mais fácil acordar e dizer que as brilhantes conclusões foram alucinações de uma noite difusa e vaga, coisa que passa

os doidos que falam sozinhos no metro e se escondem atrás das pessoas, nesse atrás secreto onde poucos vivem, que todos receiam - e pensar como é frágil a linha que me separa da loucura

os doidos de lisboa que se questionam com portas fechadas

desci as ruas vivas do chiado e comprei a encíclica para a minha amiga - mas ainda falta a agenda para (re)começar de novo

desci e subi até santa maria
onde estou agora a ver o sol e chuva lá fora (e com o coração a rebentar com a substância da esperança, mesmo no meio da tristeza, lá está essa malandra)

só falta um arco-íris
Chiado, Lisboa, 2007
40 x 50 cm
foto de José Boldt, a partir de http://oseculoprodigioso.blogspot.com/ (grande blog)

1 comentário:

Anónimo disse...

ai galera vcs que gosta te Mistério
tenho um site bom ai ver la
www.acemprol.com